2) Desculpas, desculpas, desculpas – é
só o que ouvimos
Paulo
Ferreira
“Pessoas que são boas em arranjar
desculpas raramente são boas em qualquer outra coisa” - Benjamin Franklin.
A
|
s
manifestações do recente 15 de março de 2015 em todas as capitais, com o povo
organizado pedindo um governo de
justiça, ao que parece não foi entendida. A presidente Dilma, cautelosa, não
quis falar em cadeia nacional para não repetir o fiasco de sua fala anterior
que motivou em estrepitoso panelaço em muitas capitais. Fez de arautos os
ministros José Eduardo Cardozo, da Justiça e Miguel Rosseto, da Secretaria
Geral da Presidência da República. Ambos falaram em Democracia, Estado Democrático,
e congêneres. Tudo num discurso vazio, verborrágico e divorciado da realidade. Não
se falou em preço de passagens de ônibus, custo de vida, arrocho salarial,
estradas em péssimo estado de conservação, pedágios, Sistema de Saúde cada vez
pior, falta de geração de emprego, nada que refletisse o interesse geral e
imediato da população.
Falou-se de outra coisa: vai ser apresentado
um conjunto de Medidas Anticorrupção. É preciso tudo isso? Quanto vai custar
esse projeto? E a burocracia, tempo, papéis não se levam em conta? Tudo isso
pode ser substituído por um só tema: ÉTICA – ou seja, basta que cada agente do
governo haja dessa forma. Ser ético, ser honesto. Ética para todos,
principalmente a população. É difícil?
O filósofo político Rawls em sua obra
“Uma Teoria da Justiça”, problematizou a seguinte condição quando se quer
aplicar justiça, mesmo que sobrevenha a dúvida e, até não se saiba conceituá-la:
um grupo de pessoas na “posição original”, sem saber seu lugar na sociedade,
definiria as regras. E nessa condição essas pessoas sob um céu da ignorância
decidiriam o que é mais justo para todos. E ninguém sem querer sair
prejudicado, optaria naturalmente pelas regras mais imparciais possíveis. Temos
aí a aplicação de dois princípios basilares da construção de uma sociedade
ética: Liberdade e Igualdade. Por nossa sugestão, pode-se também formar um
triângulo eqüilátero (três lados iguais) com um terceiro princípio –
Fraternidade.
Enquanto as palavras vagam no espaço,
o tempo segue seu ritmo. Mais brasileiros nascendo com conseqüente aumento da
demanda de mais recursos naturais e financeiros, e o país estagnado – E tudo só
piora. Até quando vamos agüentar? A corda que nos amarra é de sisal ou de
elástico?