domingo, 3 de dezembro de 2017

Poesias, poetas e críticos literários

Poeta
Paulo Ferreira da Rocha Filho
(Três vezes aprovado em Concurso Nacional Novos Poetas do Brasil).

                  I
Pode dizer e escrever na certa
Poesia é a linguagem do poeta
Signos, sentimentos, palavras
Vão tecendo sua escrita, sua lavra
                 II
Nos primórdios, poesia era predominantemente usual
Diluiu-se no tempo, é menos recorrente no mundo atual
Poucas pessoas fazem uso dessa estrutura de mensagem
É como se ela, moribunda estivesse só de passagem
                 III
Poetas muitas vezes não se fazem nas escolas
Poeta cria e recria a realidade – sonhos afloram
Poeta é um nu vestido de palavras de inspiração
Com suas obras marcadas profundamente pela emoção
                   IV
Um mesmo assunto pode ser escrito de maneiras várias
Recurso tautológico de se compor uma obra literária
Atendendo aos críticos da universal literatura
Um pensamento aqui, outro ali, vai se construindo, fluindo a tessitura
                V
É seguir ditames de críticos literários
E agir como um bom e fiel escriturário
Em Umberto Eco palavras dispostas num intrincado jogo
São friamente analisadas num apuro de um experiente pedagogo
              VI
Poesia precisa falar de dor, de amor, do sensual
Em Sartre, se preciso nunca esquecer o social
Roland Barthes grande crítico evoca fruição
Para expressar tanto o simples como a erudição
            VII
Com Pound é preciso saber usar a palavra significativa
Para o texto se fazer pulsar, ganhar sopro, ganhar vida
E se o crítico literário prof. Acácio Scos der seu aval
A poesia resiste, não morrerá. Seguirá eternamente seu curso natural.
                          -x-






sábado, 25 de novembro de 2017

Semana de 24 de novembro a 1° de dezembro de 2017

Fenômenos fenomenais

Poeta
Paulo Ferreira da Rocha Filho
(Três vezes aprovado em Concurso Nacional Novos Poetas do Brasil). 

                                 I
Merece um 10 quem pintou o azul do ceu
Confesso: para Ele tiro meu chapeu
E colou nuvens como se fossem chumaços de algodão
Para da Terra enchermos nossa visão
                                 II
Usou quilômetros de fios para interligar Sol, Lua e Estrelas
Para convencer incrédulos, dar-lhes umas trelas
De onde irradia tanta energia que nos alumia
Senão do Sol – Astro Rei que nos manda todo dia
                                 III
De que boca sopra o vento que a tudo areja?
E movimenta de folhas a navios onde quer que estejam
? Serão chuvas lágrimas de um ceu choroso
Que depois traz fartura para um tempo amistoso?
                                IV
E o tempo que não teve tempo de ter tempo
Medido pelo homem, pode parecer lento, apressado
Entre um tempo e outro pode acontecer um contratempo
Deixando o humano perdido, sem norte, desolado
                                V
E tem os oceanos – muita água, muita proteína
Alimentando adultos, meninos e meninas
E ainda serve de estradas para navios
Somando a beleza que tanto aprecio
                             VI
Ceu, nuvens, estrelas vento, tempo, chuvas, Sol, Oceanos e Lua,
Se combinam na Terra – em equilíbrio atuam
Por isso não devemos nos preocupar se o Sol é fixo ou se a Lua caia
A Terra vive em harmonia – traduz o pensamento em Gaia
                           VII
Está tudo bem distribuído, bem arrumado
Assinado e Carimbado pelo nosso Criador amado
Citamos elementos diferentes e que ninguém distorça
Mas todos formam o uno com suas belezas e forças.

terça-feira, 21 de novembro de 2017

Semana de 17 a 24 de novembro de 2017

A William Waack

Poeta
Paulo Ferreira da Rocha Filho
(Três vezes aprovado em Concurso Nacional Novos Poetas do Brasil). 

                        I
Voltamos aos tempos medievais
Esse politicamente correto está demais
Estão transformando pulga em elefante
De um comentário jocoso pegaram um bom falante
                       II
Parodiando o pensador Foucault*
Até estarrecido estou:
A hipocrisia está em todo lugar
E vem de todo lugar
                     III
Quase tudo agora dá um processo
Estamos “evoluindo” para o retrocesso
Insulto é a programação alienada
Que não edifica a população em nada 
                     IV
Quando entope a televisão de futebol e novela
É muita alienação. Não é isso que se espera
De uma televisão que deveria levar Educação
No Brasil não é distração, é imbecilização
                        V
Pegaram um vídeo ainda do ano passado
O jornalista em trabalho e um motorista destrambelhado
Passa perto bem alto buzinando
O profissional se irrita e, brincando
                        VI
Diz que esse barulho “é coisa de preto”
Só isso – perdeu-se nesse verseto
A nova moralidade brasileira
Caiu-lhe pesada como uma betoneira
                      VII
Nem todos engoliram essa punição
A censura que vinha de fora, hoje brota da comunicação
Pegaram impiedosamente William Waack
Mas Waack tem sua claque
                      VIII
Esse tribunal de exceção
Pode levar Waack a depressão
Seu afastamento do Jornal da Globo foi desproporcional
Porque deram à garoa um tratamento torrencial.

*“O poder está em todo lugar
  e vem de todo lugar”.
 (Michel Foucault – 1926-1984).

segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Semana de 10 a 17 de novembro de 2017

Cadeira vazia

Poeta
Paulo Ferreira da Rocha Filho
(Três vezes aprovado em Concurso Nacional Novos Poetas do Brasil). 
               I
Ah! Fiz tanta aposta
A mesa posta
A louça inglesa
Esperando na mesa
              II
Eu, levitando de contente
No fogão, a comida ainda quente
O trabalho a atrasou
O jantar algo o abortou
              III
O telefone tocou – era Maria*
Dizia que vir não poderia
O jantar para dois
Ficou para depois.


*Nome fictício.

sábado, 4 de novembro de 2017


Semana de 3 a 10 de novembro de 2017

D. Maninha

Poeta
Paulo Ferreira da Rocha Filho
(Três vezes aprovado em Concurso Nacional Novos Poetas do Brasil). 

                  I
Na calçada lá de casa
Ela passa todo dia
Com ar de vida cansada
Vivendo sua melancolia
                 II
Sempre usando velhas roupas
Surradas da vida amarga
D. Maninha(*) se esforça feito louca
O que era tudo, hoje é nada
                 III
De casa para o mercadinho
Do mercadinho para casa
Trilhando o mesmo caminho
Dos outros e de si isolada
                      IV
Seus passos leves, vagarosos, cadenciados
No lúgubre descompasso de seu coração
A vida transformou-a num ser coisificado
Poucos direitos; muita obrigação
                     V
Seu marido nas horas vadias
Dá expediente numa mesa de bar
Solitária, sem companhia
Vive sob os escombros do que foi Lar Doce Lar
                      VI
Ela tem um olhar triste, profundo e aflito
E tanto amor para dar que dentro de si não cabe
Em sua cabeça nenhum conflito
Há muito já morreu e não sabe.
                       
* Somente o nome é fictício
                    -x-

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Semana de 20 a 27 de outubro de 2017

                    Vícios e virtudes

Poeta
Paulo Ferreira da Rocha Filho
(Três vezes aprovado em Concurso Nacional Novos Poetas do Brasil).

                     I
Pensando bem, bem pensado
O mundo é um supermercado
Com prateleiras cheias de vícios e poucas virtudes
Separar um do outro é questão de atitude
                   II
O que nem todos conseguem ver
É que o vício vem embalado em prazer
As virtudes, ao contrário exigem esforço
Sem disciplina, comemos a fruta e engasgamos com o caroço
                   III
Caminho do vício é sedutor – glamouroso
O da virtude nem tanto, é modelo criterioso
Essas condições podem ser relativizadas
O que é tudo para um; para outro pode ser nada
                   IV
Mesmo sabendo ponderar, podemos ainda errar
Principalmente quando lidamos como o novo – pode dar azar
Para viver na virtude combatendo o vício
Tem que saber usar bem o livre arbítrio
                      V
Para Aristóteles, virtude é razão sobre o impulso
Como uma verdade que defendemos com forte pulso
O que somos,  o que temos
Nem sempre é o que queremos
                        VI
Na arena social vícios e virtudes se digladiam
Desde os primórdios -  embates não deveriam
Em povos mais adiantados essa condição é rarefeita
Desenvolvimento espiritual, psicológico pode ser a receita
                     VII
Metafisicamente falando, o todo é maior que as partes
Seja invisível, tangível, imaginário – até Arte
E se cada um de nós é parte do todo, de um sistema
Vício é morte; virtude é vida - que assim se entenda.                                -x-

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Semana de 13 a 20 de outubro de 2017

                    Marília

Poeta
Paulo Ferreira da Rocha Filho
(Três vezes aprovado em Concurso Nacional Novos Poetas do Brasil). 

                              I
Marília Eduarda é uma mulher determinada
De vanguarda, segue a vida muito disciplinada
De frente, enfrenta todo tipo de desafio
Como desmanchando novelo puxando o fio
                             II
Atenciosa, educada, cordial e muito sincera
Se todos a tivessem como amiga, ai quem dera!
Como todo o mundo, já levou tropeços na vida
Mas levanta-se, age e reage em precisa medida
                             III
Muito estudiosa, muito esforçada
Não troca seus objetivos por nada
Marília de mil profissões em uma lista
Escolheu a que mais a atraía – Jornalista
                             IV
Eu até diria que uma inversão aconteceu
Mas foi o Jornalismo que a escolheu
Como profissional é muito talentosa
Como pessoa Marilia é maravilhosa
                              V
Boa de negócios, empreendedora, analítica, perspicaz
Ela vai longe, atinge metas – sabe muito o que faz
Também pode se dar bem em um fazer qualquer
Afinal, quem ousa duvidar dessa grande mulher?

domingo, 15 de outubro de 2017

Semana de 8 a 15 de setembro de 2017

Coração daltônico
Poeta
Paulo Ferreira da Rocha Filho
(Três vezes aprovado em Concurso Nqacional Novos Poetas do Brasil)

Quando você me passou seu código de conduta
Em nosso relacionamento
Pensei: vai ser uma luta
O que pode, o que não pode
O que deve, o que é preciso
Guardar tanta coisa, não consigo
Você criou um estatuto com muitos sinais vermelhos
Reflete a realidade, ou serve de espelho?
Meu coração é daltônico
O verde não conhece
O vermelho nunca viu, deixa pra lá: esquece
Essa deficiência visual
Torna no coração tudo igual
Diferente
É somente a reação da gente
Coração é irracional
Não usa a lógica
Ele é por essência muito passional
A inteligência vence a força
Mas não vence a beleza
Disso tenho certeza
Mas não me queira mal
Por lhe querer bem
Mudanças sempre vem
Meu coração me colocou numa fria
Penso em você dia e noite
Noite e dia
Sinto-me imobilizado, acorrentado e atônito
Tudo isso por ser governado
Por um coração piegas e daltônico.
                         -x-



quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Semana de 1° a 8 de setembro de 2017

                    Pax romana

Poeta
Paulo Ferreira da Rocha Filho
(Três vezes aprovado em Concurso Nacional Novos Poetas do Brasil). 

                               I
O eterno gigante pela própria natureza
Sucumbiu. Atrofiou ante às espertezas
Os três poderes não servem mais para nada
A população honesta está totalmente orfanada
                                II
Diversas ideologias e suas promessas vãs
Implodiram o país do futuro, enfraquecendo o amanhã
Os noticiários de corrupção parecem disco de vinil estragado
Roda, roda, roda sempre repetindo o que foi cantado
                             III                             
Proletários gerando riqueza, trabalhando
E “as elite” à luz do dia nos assaltando
Somente o grupo J&F movimentou R$ 248 bilhões
em 14 anos
Em clima de muitas festas, enganos e desenganos
                            IV
A sangria no bolso tira nossa última gota de sangue
A classe trabalhadora sofre, pena. Está exangue
Assalto para as gerações atuais e também às futuras
Falta de respeito. Ninguém resiste, ninguém atura
                          V
Os cinco presidentes militares morreram pobres
Políticos do alto e baixo clero nadam em cobres
Pode aparecer algum frio e fanático analista
Acusando quem pensa diferente de golpista
                        VI
Golpe mesmo é o que o país está sofrendo
Também energia, gás, água mais caras – não entendo
Desejamos o quanto antes um novo amanhecer
Exumo cazuza: “ideologia – eu quero uma pra viver”
                         VII
E agora? Quem poderá nos socorrer?
Um exército formado comigo e você
Que venha rápida e determinada a justiça
Em qualquer cor: branca, azul ou verde oliva.