quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Semana de 13 a 20 de janeiro de 2017

Brasil – seríamos mais ricos se fôssemos mais pobres
Poeta
Paulo Ferreira da Rocha Filho

                    I
Brasil é um país surrealista
Dentro de uma visão realista
“Brasil de um sonho intenso, um raio vívido”
Numa leitura de Bauman, um país líquido
                     II
Distante de muitas economias capitalistas
Maltrata a maioria do próprio povo, sem avalista
É bom destacarmos um detalhe para que todo mundo olhe
Porque se trata de um país cuja riqueza do povo só encolhe
                      III
Uma das principais economias do mundo
Tem um povo como planta que não cresce em solo infecundo
Apesar de ter uma riqueza pujante
É com  seus filhos muito  distante
                     IV
?Que adianta termos uma Petrobrás
Se o país só anda para trás?
?Que adianta termos Itaipu com tanta energia
Se nossos impostos são uma interminável sangria?
                      V
Paraguai importa nossa gasolina e é mais barata
E o Brasil mesmo assim ainda se acha
Argentina não tem nenhuma hidrelétrica Itaipu
Aqui muitas empresas no vermelho migraram para lá e ficaram no azul
                      VI
Paraguai acena com generosos incentivos fiscais
Aqui é diferente: impostos em doses colossais
Paraguai importando investimento brasileiro
Gera aqui dívida social. Exportamos empregos para o país lindeiro
                    VII
O PIB nos coloca numa seleta lista de vanguarda
O IDH ao mesmo tempo puxa para a retaguarda
Ter ou ser: eis a questão
No social estamos na contramão
                     VIII
Países com menores PIB e IDH alto
Em relação ao Brasil deram um salto
Nem precisa falar do primeiríssimo Noruega
Que as principais necessidades sociais agrega
                     IX
Brasil é país muito rico, mas com um povo muito pobre
É como se do nada desaparecesse nosso dinheiro, nosso cobre
Nossa riqueza é um bilhete premiado de uma economia perdida
Que em nada condiz com a nossa qualidade de vida.

sábado, 7 de janeiro de 2017

Semana de 6 a 13 de janeiro de 2017

O que sou
Poeta
Paulo Ferreira da Rocha Filho

                    I
Morro e renasço todo dia
Vivendo e aprendendo nessa agonia
Sou vida, sou mortalha
Sou Fênix, sou navalha
                   II
Preciso me espalhar, ser menos só
Preciso mais interagir e ser melhor
Preciso me passar a limpo
Preciso externar o que sinto
                   III
Sou José, sou João, sou Paulo, sou láparo
Sou Maria, sou o moribundo Lázaro
Sou uma qualquer matéria
Sou uma procarionte bactéria
                IV
Sou a forte e abundante chuva que a planta acama
Sou a falta de chuva no Deserto do Atacama
Sou luxo, sou lixo
Sou nada e sou tudo isso.



segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Semana de 29 de dezembro de 2016 a 6 de janeiro de 2017

         Fala-se em crise e até que estamos vivendo a maior recessão da história do país. Mas crise tem um componente humano de má gestão da coisa pública. O serviço público passa por um processo de carnavalização. Serviço público no Brasil é precário, deficitário, caro e com uma avenida sem fiscalização convidativa para a corrupção. Quase tudo pode. Principalmente com o loteamento de poder com os chamados Cargos de Confiança – CC. Os concursados habilitados pela competência são os “Cargos de Desconfiança” – CD. Não existe cobrança de resultados, projetos são poucos os que funcionam e até com cumprimento de prazo. Sem generalizar mas tem muita gente incompetente  sendo chefe não tendo a mínima condição nem para ser dublê. No cinema dublê sabe fazer.
          Há uma falta de consideração ao contribuinte que paga caro para manter essa máquina colossal e oca em seu efeito.
          Pelo menos, político deveria ter duas qualidades para desempenhar sua função:
          a) Competência e
          b) Honestidade.
Pingos de Filosofia faz uma justa referência a um humano digno. Competente e que batalhou honestamente a vida inteira. Uma mulher guerreira, determinada e que moveu montanhas para seguir a vida – D. Eucleta. Vocês não vão encontrá-la em nenhuma enciclopédia nem outra fonte. D. Eucleta é personalidade exclusiva de Pingos de Filosofia. É aqui retratada por méritos – um exemplo de vida, inclusive para todas as pessoas e principalmente políticos:

D. Eucleta
Poeta
Paulo Ferreira da Rocha Filho

                       I
Seguramente, a vida de D. Eucleta
Se não foi triste, também não foi uma festa
Ainda jovem morreu-lhe o marido
Sabemos da agrura de perder um ente querido
                       II
Sozinha, dois filhos para criar e educar
Mais que nunca, precisava continuar a trabalhar
Seus rebentos – Maria do Socorro e José Neto
Canalizou esforços para garantir aos dois, futuro certo
                       III
Investir-se ao mesmo tempo de mãe e pai
Não é fácil, tem de ser muito capaz
Ainda mais manter filho em Curso de Agronomia
Apesar de Faculdade Federal, mais despesa viria
                       IV
Cinco anos na Faculdade – José Neto impedido de trabalhar
O curso em horário integral e disperso – difícil encarar
E para continuar tecendo este mesmo assunto
Fui testemunha desse evento – estudamos juntos
                       V
Condições parecidas – dinheiro pequeno; grande era a esperança
Acreditávamos em coisas que os olhos não viam, mas que só a mente alcança
A parte prática do curso era em Viçosa – lá no interior
Passagem de ônibus cara – carona pegávamos – não tínhamos pai doutor
                       VI
Foi duro para D. Eucleta enfrentar os leões na arena da vida
Mulher guerreira, de coragem, não se dobrou – sempre aguerrida
Amanuense da Gráfica Oficial do Estado de Alagoas – um exemplo
Passados alguns anos – mergulhado no passado – eu a contemplo
                       VII
Agora os papeis na família estão trocados
Se antes ela cuidava deles, hoje dela estão ocupados
Socorro - filha amorosa, José Neto – filho amoroso
Essência e marca indelével da família Fragozo
                        VIII
D. Eucleta hoje também vive ao sabor da aposentadoria
Seu mundo ficou menor – mais caseira em seu dia a dia
O relógio de sua vida não marca mais os segundos – somente horas
A pressa, companheira de outrora, foi embora. O tempo se revela em cada aurora
                          IX
D. Eucleta prometeu-me preparar um camarão bem servido
Vou dar uma de glutão, muito, mas muito metido
Se promessa cria expectativa porque palavra é trato
Não hesitarei – pantagruelicamente comerei até limpar o prato
                         X
Para desfrutar dessa ambrosia terei de ir a Maceió
Estou com água na boca – é tudo um pensamento só
De pensar, quase me contento
Tudo é uma questão de tempo
                       XI
A existência no planeta de D. Eucleta por si só justificaria
Somem-se a isso seus filhos – estrelas luzidias
D. Eucleta – mulher de muita garra – briosa
D. Eucleta – mulher insubstituível, divina, maravilhosa.