quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Semana de 17 a 24 de fevereiro de 2017

Brasil – nação em decomposição
Poeta
Paulo Ferreira da Rocha Filho

              I
É fato, não é demais
Saber que Brasil só anda para trás
Escândalos, de tão frequentes
Até parecem não incomodar  mais a gente
              II
Como num estalo
Bilhões somem pelo ralo
Teve escândalo da Máfia dos Fiscais
Roubaram até não querer mais
              III
O do Mensalão, Sanguessuga, Sudam
Qual será a novidade de amanhã?
E nossas criança assistindo a esses esquemas
Podem pensar que isso faz parte do Oficial Sistema
                   IV
Operação Navalha, Anões do Orçamento,
Para os corruptos – empreendedorismo para qualquer momento
TRT – São Paulo, Banco Marka, Banestado, Vampiros da Saúde,
Desse jeito, quem nos acude?
                  V
Em Foz do Iguaçu no Paraná
Foi pra acabar
Instalaram uma quadrilha – quase crime perfeito
O comandante supremo era justamente o prefeito
                 VI
Rui Barbosa estava muito certo
Quando falou da vergonha de ser honesto
E quando todos querem levar vantagem em tudo
A sociedade se desintegra no vazio, sem conteúdo
                 VII
E para que ninguém se esqueça
E a memória do povo não adormeça
Num passado bem recente
Um certo operário se fazia parecer decente
                  VIII
Falou com muita altivez
Como arauto da vez
Que o Congresso tinha uns trezentos picaretas
Um sofista buscando algo que se escarneça
                    IX
Essa fala messiânica, esse um
Veio a somar trezentos e um
Se palavras são flechas atiradas
Voltaram para seu dono vaticinadas
                     X
Brasília – é um mar de lama
É quase diversão – tudo faz parte do programa
A sociedade brasileira só se degrada
E os honestos, não fazem nada?
                      XI
Têm muitos que nem ligam para isso
Outros se conformam com tal atavismo
Uns tantos querem mudar
Aonde nós vamos parar?

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Semana de 10 a 17 de fevereiro de 2017

Feito à três mãos

Poeta
Paulo Ferreira da Rocha Filho

          I
Para eu nascer
Houve um ritual estelar
Abriu-se um alvorecer
Mostrando um momento espetacular
          II
Com estrelas e cometas no céu bailando
E o Sol fixo a tudo admirando
A Lua, ansiosa querendo comparecer
Teve que esperar o anoitecer
          III
Minha mãe e meu pai
Esforçaram-se demais
Contribuíram com a mão-de-obra
E a matéria-prima           
A natureza estava muito vaidosa
Deus fez o projeto e ele mesmo assina
O viver me torna uma obra inacabada
Que espero dar certo
Longe ou perto
Na minha longa e efêmera jornada.                 


quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Semana de 3 a 10 de fevereiro de 2017

Eu e ela em Troia
Poeta
Paulo Ferreira da Rocha Filho

                        I
Naquela noite no Motel Troia
Enchi-me copiosamente de glória
O melhor de mim guardei para você
Inundei-lhe de oceânico prazer
                        II
Em êxtase, afogávamos um no outro
O mundo lá fora nos tornava absortos
Você em prazer ardendo em luxuriosa chama
Em decúbito dorsal ornamentando alcoviteira cama
                         III
E como a mitológica Troia, você também foi invadida à noite
Dominada pelos meus beijos e selvagens açoites
A suíte 90 foi ocular testemunha
De quanto um do outro se dispunha
                          IV
Nossos corpos desarmonicamente entrelaçados
Fundidos num só – um ao outro acoplado
Em respiração ofegante – parecia nos faltar oxigênio no recinto
Essa lembrança, até agora eu sinto
                          V
Ah! Maria Alice* minha Frineia divinal
Quão belo, quão linda atmosfera sem igual
Você e o cúmplice destino
Transformaram-me em irrequieto menino
                        VI
Em Troia, Ulisses foi grande estrategista
Assim também me fiz - segui histórica pista
Nossa batalha não teve vencedores ou vencidos
Mas guardemos nossos momentos para jamais serem esquecidos.

*Nome fictício.

- Contextualização da poesia: “Paulo, você que é poeta, faça uma poesia para nosso momento...”

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Semana de 27 janeiro a 3 de fevereiro de 2017

Construindo um mundo melhor a partir de nós mesmos

Poeta
Paulo Ferreira da Rocha Filho
                         I
A maioria das pessoas é contra a 3ª Guerra Mundial
Não parece, é quase tudo muito igual
Muita gente solícita, muita gente dada
É preciso cuidado para da cobra escapar da picada
                         II
Muita gente se veste de gente
Usando máscara social – comportamento mesquinho
E por mais dócil que se apresente
O manto lanígero pode esconder um coração daninho
                         III
Pais e mães preocupados como o futuro dos filhos
Procuram tirar do caminho todo empecilho
Pensando sempre em dar o melhor
Ocorrendo efeito contrário, pode dar no pior
                          IV
Pais se preocupam com o futuro do mundo
Mesmo tendo eles comportamento maldosamente imundo
Em casa como no trabalho não tratam a ninguém bem
Boa ação é coisa rara - fica bem aquém
                          V
E se no futuro os filhos de hoje sofrerem más conseqüências
Não faltaram aos pais ciência, e sim consciência
Porque no mundo preocupado com a Estética
Aprisionaram e mataram a Ética
                          VI
Na construção do mundo com feliz porvir
É preciso que cada pessoa caia em si
Esquecendo-se de si mesmas e somente cobrando das demais
As mudanças que queremos não acontecerão jamais.