quinta-feira, 30 de julho de 2020

Semana de 3 a 10 de abril de 2020  

Poeta

Paulo Ferreira da Rocha Filho

cinco vezes classificado em Concurso Nacional Novos Poetas do Brasil;
1° Lugar em Concurso Literário Amaletras.

Literatura

(Paulo Ferreira da Rocha Filho) 

Literatura  - é a linha de um pensamento calcado na Estética, carregado de conotações, metáforas, analogias, hipérboles e outros recursos gramaticais/linguísticos. Com esse cabedal de elementos, o poeta cria sua própria realidade, “viaja”, faz música, faz tudo. Até poesia.

terça-feira, 28 de julho de 2020

Semana de 27 de março a 3 de abril de 2020 


Poeta
Paulo Ferreira da Rocha Filho
cinco vezes classificado em Concurso Nacional Novos Poetas do Brasil;
1° Lugar em Concurso Literário Amaletras. 

 

 Sou Mônica Costa, filha da Dadá do Cartório

 

O QUE FALAR DE BEBEDOURO???

Bairro histórico, um dos mais antigos de Maceió, famoso por seus casarões, tradicionalmente religioso e consagrado nos seus festejos como um dos mais animados da cidade. Pode-se dizer que Bebedouro tinha de tudo um pouco: fábrica, cinema, estação ferroviária, clinicas de repouso, clubes de futebol e de lazer, cartório, feira livre, abrigo dos idosos, posto de saúde, parque municipal, Cavalaria da PM, igrejas, escolas, cemitério, agência bancária e diversos pontos comerciais que supriam as necessidades dos bebedourenses.  Parecia mais uma “cidade do Interior”. Banhado pela Lagoa Mundaú, tinha o sururu como uma das fontes de subsistência. A programação obrigatória era o passeio pela Praça Coronel Lucena Maranhão (famoso coreto), depois da missa dominical na matriz de nosso querido padroeiro Santo Antônio, símbolo da fé Católica... Ficam na memória os animados bailes no Clube 29 de Junho, as saborosas frutas da Granja Conceição, os banhos de rio no Né Fragoso e o Colégio Bom Conselho (Asilo das Órfãs), espelho de coisas boas na nossa sociedade alagoana, entre tantas lembranças. Em Bebedouro, grandes representatividades viveram e deixarem suas marcas. Sem citar nomes para não cometer erros por esquecimento, até porque, CADA MORADOR tem sua história e todos têm seu mérito e seu valor. Cresci ouvindo da minha família histórias encantadoras e de grandes exemplos de um povo sofrido, mas honesto... E hoje, lamentavelmente, temos nossas vidas destruídas, casas rachadas, chãos afundando com a exploração da Braskem que ao logo de cerca de 40 anos veio se infiltrando silenciosamente nos nossos solos com minas distribuídas de maneira irresponsável. Nossos governantes e órgãos fiscalizadores fizeram vista grossa e a GANÂNCIA falou mais alto. Somos mais um dos quatro bairros (Pinheiro, Bom Parto, Mutange e Bebedouro) que estão aos poucos SUMINDO DO MAPA e, levando com eles nossas histórias de vida. Cada tijolo derrubado passa um filme na minha vida, nas ruas onde corri descalça, andei de bicicleta, carreguei balde d’água, brinquei muito, estudei, participei de momentos religiosos, festejos. Fiz muitas AMIZADES e fui FELIZ. “E AGORA JOSÉ??? Quem pode mensurar o valor de nossas memórias??? Queremos nossas vidas, nossos empregos, nossa paz... mas isso não é mais possível no lugar em que fomos plantados. Queremos o DIREITO DE RECOMEÇAR a florir em outro lugar, com indenizações justas para vivermos com dignidade com nossas famílias, carregando as recordações que irão nos nossos corações para onde formos. Enquanto estamos perdendo parte de nossa história, VOCÊS continuam enriquecendo. Tudo seria mais humano se cada um de VOCÊS tomassem para si um pouco da dor do outro. Amo Bebedouro, meu lar, minha raiz. ESTOU DE LUTO junto com todos os moradores!!!

Mônica Costa

Junho de 2020.

quinta-feira, 16 de julho de 2020


Semana de 20 a 27 de março de 2020 


Poeta
Paulo Ferreira da Rocha Filho
cinco vezes classificado em Concurso Nacional Novos Poetas do Brasil;
1° Lugar em Concurso Literário Amaletras.


Geilza – menina da ladeira
(Paulo Ferreira da Rocha Filho)

                      I
De repente me pego sonhando acordado
Recordando labirintos de meu passado
Uma certa menina, colega de escola
Do Primário, lembrança que não descola
                      II
Estudamos no Grupo Escolar Rosalvo Ribeiro
Eu a contemplava à distância, por inteiro
A escola ficava no bairro de Bebedouro
Em Maceió. Como esse tempo valia ouro...
                      III
Ela morava na metade da Ladeira do Calmon
Eu gostava daquelas paragens – como era bom
Vale bem frisar,  eu "já me sentia um homem"
Chamava-se Geilza, esse era seu doce nome
                        IV
Sua casa tinha um florido alpendre lateral
Eu, franzino e imberbe já queria ser o tal
Mas não conseguia vencer a timidez
Tivesse eu coragem, a conquistaria talvez
                         V
O tempo passa, o tempo não tem tempo e repassa
Anos depois, mudei de casa, perdi a minha graça
Também não soube que destino Geilza tomou
E sempre, sempre pensando nela ainda estou.