segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Semana de 28 de outubro a 4 de novembro de 2016

A cerebral profª de Antropologia Nara Oliveira autora do livro Foz do Iguaçu Intercultural, em aula, nos passou este texto e achamos pertinente publicá-lo em Pingos de Filosofia

10 Estratégias em manipulação da mídia para manter o povo alienado
Noam Chomsky

1 – A Estratégia da Distração

O elemento primordial do controle social á estratégia da distração que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas, mediante a técnica do dilúvio ou inundações de contínuas distrações e de informações insignificantes. A estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir ao público de interessar-se pelos conhecimentos essenciais na área da Ciência, da Economia, da Psicologia, da Neurobiologia e da Cibernética. Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais cativada por temas sem importância real. Manter o público ocupado, sem nenhum tempo para pensar.


2 – Criar problemas, depois oferecer soluções

Este método Também é chamado “problema-reação-solução”. Cria-se um problema, uma “situação” prevista para causar certa reação no público, a fim de que este seja o mandante das medidas que se deseja fazer aceitar. Por exemplo: deixar que se desenvolva ou se intensifique a violência urbana ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público seja o mandante de leis de segurança e políticas em prejuízo da liberdade. Ou também: criar uma crise econômica para fazer aceitar como um mal necessário o retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços públicos.


3 – A estratégia da Gradação

Para fazer com que se aceite uma medida inaceitável, basta aplicá-la gradativamente, a conta-gotas, por anos consecutivos. É dessa maneira que condições socioeconômicas radicalmente novas foram impostas durante as décadas de 1980 e 1990. Estado mínimo, privatizações, precariedade, flexibilidade, desemprego em massa, salários que já não asseguram ingressos decentes, tantas mudanças que haveriam provocado uma revolução se tivessem sido aplicadas de uma só vez.


4 – A estratégia do Deferido

Outra maneira de se fazer aceitar uma decisão impopular é a de apresentá-la como sendo “dolorosa e necessária;” obtendo a aceitação pública, no momento para uma aplicação futura. È mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrifício imediato. Primeiro, porque o esforço não é empregado imediatamente. Em seguida, porque o público, a massa, tem sempre a tendência a esperar ingenuamente que “tudo irá melhorar amanhã” e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Isto dá mais tempo ao público para acostumar-se com a ideia de mudança e de aceitá-la com resignação quando chegar o momento.


5 – Dirigir-se ao público como crianças de baixa idade

A maioria da publicidade dirigida ao grande público utiliza discurso, argumentos, personagens e entonação particularmente infantis, muitas vezes próximos à debilidade, como se o espectador fosse um menino de baixa idade ou um deficiente mental. Quanto mais se intente buscar enganar o espectador, mais se tende a adotar um tom infantilizante. Por quê? Se você se dirige a uma pessoa como se ela tivesse a idade de 12 anos ou menos, então em razão da sugestão, ela tenderá com certa probabilidade a uma resposta ou reação também desprovida de um sentido crítico como a de uma pessoa de 12 anos ou menos de idade.


6 – Utilizar o aspecto emocional muito mais que a reflexão

Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para causar um curto circuito na análise racional, e por fim, ao sentido crítico dos indivíduos. Além do mais, a utilização do registro emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para implantar ou enxertar ideias, desejos, medos e temores, compulsões, ou induzir comportamentos.


7 – Manter o público na ignorância e na mediocridade

Fazer com que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para seu controle e sua escravidão. A qualidade da educação dada às classes sociais inferiores deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distância da ignorância que paira entre as classes inferiores às classes sociais superiores seja e permaneça impossível para o alcance das classes inferiores.


8 – Estimular o público a ser complacente na mediocridade

Promover ao público a achar que é moda o fato de ser estúpido, vulgar e inculto.


9 – Reforçar a revolta pela autoculpabilidade

Fazer o indivíduo acreditar que é somente ele o culpado pela sua própria desgraça, por causa da insuficiência de sua inteligência, de suas capacidades, ou de seus esforços. Assim, ao invés de rebelar-se contra o sistema econômico, o indivíduo se autodesvalida e culpa-se, o que gera um estado depressivo do qual um dos efeitos é a inibição de sua ação.


10 – Conhecer melhor os indivíduos do que eles mesmos se conhecem

No transcorrer dos últimos 50 anos, os avanços acelerados da Ciência têm gerado crescente brecha entre os conhecimentos do público e aqueles possuídos e utilizados pelas elites dominantes. Graças à Biologia, à Neurobiologia e a Psicologia Aplicada, o sistema tem desfrutado de um conhecimento avançado do ser humano, tanto de forma física como psicologicamente. O sistema tem conseguido conhecer melhor o indivíduo comum do que ele mesmo se conhece. Isto significa que, na maioria dos casos, o sistema exerce um controle maior e um grande poder sobre os indivíduos do que os indivíduos a si mesmos.


sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Semana de 21 a 28 de outubro de 2016 

Desigualdade Social
Poeta Paulo Ferreira da Rocha Filho

                           I
É um contrassenso ou piada de mal gosto
Combater a desigualdade social não é o proposto
Ainda mais tendo o capitalismo como estrutura
Denota que a maioria ainda vive na escravatura
                           II
Da tecnologia que dispomos até salão de automóveis bonitos
É tudo uma miragem que encortina outro mundo tão aflito
A concentração de renda no mundo chega ao absurdo
Fazem-nos estupefatos, perdidos, excluídos e mudos
                          III
Mais da metade da população da Terra passa muita fome
Não falamos de animais, mas mulher, criança e homem
?Onde foi parar a ciência social Economia com o compromisso
De estudar a produção, consumo e distribuição de bens e serviços?
                          IV
No contexto geral é dado oficial: de hora em hora
A pobreza no mundo não arrefece, somente piora
É o que consta no Relatório da Conferência das Nações Unidas
O todo não pode estar bem se parte dele está perdida
                           V
O número de pessoas que vive com menos de um dólar por dia
Mais que duplicou nos últimos 30 anos, retratando grande agonia
Atingindo uma legião de 307 milhões de famintos
Difícil ficarmos indiferentes a números tão distintos
                           VI
A África insere 34 dos 49 países mais pobres do mundo
É de deixar cada um de nós preocupado, meditabundo
Na Ásia é menos pior, quase dois dólares por dia é máximo limite
2/3 da população insistem em viver, tentando vencer o invencível – acredite
                         VII
No Congo país africano é uma verdadeira desgraça
Atinge mais de 90% da população. A Pobreza fica, não passa
?Como o mundo pode dar certo se a Economia é protagonizada pelo capital?
Salvem-se quem puder, sucesso não é para todos é loteria social
                           VIII
Sortudos vivem bem. São poucos, é muito fácil até
Nem precisam usar a cabeça – apenas somente pé
Sabendo dominar uma bola, ora bolas, tudo melhora
Depois o que vier pela frente, tudo se desenrola
                             IX
A sorte também procura cantor no atacado e no varejo
Está na vista, está na cara, pois assim os vejo
E também para os que trabalham em televisão – desejável recinto
Um rosto e corpo bonitos, até talento conduzem ao Olimpo
                              X
É preciso socializar recursos gerando mais emprego
Senão viveremos sempre com insegurança e medo
Com a consciência que esses recursos são finitos
Para sermos um povo feliz num planeta também ambientalmente bonito.

sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Semana de 14 a 21 de outubro de 2016

O mundo de Renata é o de Renata sem mundo
             (Defendendo a Reforma Agrária) 
       (Poeta Paulo Ferreira da Rocha Filho)
                      I
Renata é uma moça muito esperta
Quando discute, o faz na medida certa
Comentando sobre Reforma Agrária, importante tema
Para uns axioma; para outros, teorema
                      II
?Para que se apossar de muitos bens
Se faz falta a quem não os têm?
O Planeta não pertence a poucos, mas a todos
Latifúndio é injustiça, é roubo
                     III
Nossa existência no Planeta é passageira
É vida efêmera – ligeira
E para que nenhuma contradição não retome
Disse Gandhi: “a terra produz o suficiente para cada homem"
                      IV
Renata, como Gandhi pensa no social
Quer que oportunidade para todos seja igual
Posse de terras e outros bens – é transitória
Concentração de riqueza torna a população inglória
                      V
Nadando contra o bem e, em prol do mal
O Brasil ainda se espelha numa estrutura medieval
Quando escravidão e terra simbolizavam poder
Travaram nosso desenvolvimento, ficamos só no querer
                      VI
Muitos países cresceram com inclusão no campo
Motor do pujante Paraguai, portanto
Quando anos atrás, aqui na América, o primeiro em ferrovia
Crescia social e economicamente o mais que podia
                     VII
É mister fazer distribuição de terra e orientar agricultor
Desde o de menor escolaridade até o Doutor
Tem-se desenvolvimento com geração de emprego e renda
Não há quem não aceite, não há quem não entenda
                     VIII
Homem na roça não vai inchar cidades
Evita Êxodo Rural - problema de grande calamidade
Reforma Agrária também é dívida social
Precisa sair do papel e se estabelecer no real
                     IX
Nesse solo árido pela violência e pela ganância
Geração e mais geração podiam ter a terra em alternância
Renata, vacinada desses valores e ressabiada pela vida a fora, endossa
Ela sabe que a terra nem é minha nem é sua – é nossa 
                     X  
País que quer ser forte, rico e moderno
Dá a todos sem distinção, tratamento fraterno
A vida não está fácil, sabemos – é dura
Queremos o acesso à terra – vivos e não na forma de sepultura. 

(Estamos falando da estudante de Jornalismo Renata Thomazi).                           

    

sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Semana de 7 a 14 de outubro de 2016

Cozinheiros mirins, televisão e acidentes
Poeta Paulo Ferreira da Rocha Filho

                           I
Brincadeira de criança sempre foi no quintal
Acharam pouco, alteraram o seu modal
Ocupa-se agora também o espaço da cozinha
Em tempos da vovó, essa liberdade ninguém tinha
                          II
A televisão já mostra novos cozinheiros mirins
Como o lúdico desperta curiosidade, todos ficam a fim
Sob a óptica da razão, cozinha não combina com criança
Não respeitando essa questão, iremos ter muita lambança
                         III
A cozinha do Lar Doce Lar agora é um inferno
O filhinho amado poderá ficar no hospital como interno
Cozinha tem fogo, instrumentos perfurocortantes, eletricidade
Combinados ou não pode ser uma atrocidade
                          IV
O Brasil detém uma das mais altas taxas de acidentes do mundo
E com esse novo público “trabalhador”, agora vai fundo
Vamos ter Acidentes de Trabalho Mirim
Até parece que a televisão é quem quer assim
                          V
Água, óleo, alimentos no fogo fervendo
É coisa que não engulo, nem entendo
Queimaduras, e até incêndios na própria roupa
Acontecendo, vai deixar a família feito louca
                          VI
E pode também acontecer mortes
Para os que ficarem fora da roleta da sorte
Quem isso divulga, não pensa em prevenção
O que importa é a audiência em nome do cifrão
                         VII
Acidentes provocam sobrecarga na Economia
Com aporte de mais despesa na ordem do dia
Porque acidentes sempre têm custo
Quem disso tem consciência, tem grande susto
                          VIII
E como a televisão não carrega cultura, e sim, a transforma
Faz o contrário para a população: desinforma
Veicula a realidade deformada, bonitinha, bem engraçadinha
Mesmo sem se importar com a vida de uma criancinha
                            IX
Onde fica o raciocínio filosófico com estranhamento
Que devemos olhar o novo e o velho usando açulamento
Essa novidade leviana prejuízos nos traz
?Por que nosso país só anda para trás?
                             X
Para alguns adultos, tudo não passa de mera brincadeira
Quem ousar dizer que está errado “está falando baboseira”
Mas envolver pessoas em riscos de vida é coisa séria
Jogar tudo no caldeirão da mediocridade é mais uma miséria.