Semana de 28 de outubro a 4 de novembro
de 2016
A
cerebral profª de Antropologia Nara Oliveira autora do livro Foz do Iguaçu Intercultural, em aula,
nos passou este texto e achamos pertinente publicá-lo em Pingos de Filosofia
10 Estratégias em
manipulação da mídia para manter o povo alienado
Noam
Chomsky
1 – A Estratégia da Distração
O
elemento primordial do controle social á estratégia da distração que consiste
em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas
pelas elites políticas e econômicas, mediante a técnica do dilúvio ou
inundações de contínuas distrações e de informações insignificantes. A
estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir ao público de
interessar-se pelos conhecimentos essenciais na área da Ciência, da Economia,
da Psicologia, da Neurobiologia e da Cibernética. Manter a atenção do público
distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais cativada por temas sem
importância real. Manter o público ocupado, sem nenhum tempo para pensar.
2 – Criar problemas, depois oferecer
soluções
Este
método Também é chamado “problema-reação-solução”. Cria-se um problema, uma
“situação” prevista para causar certa reação no público, a fim de que este seja
o mandante das medidas que se deseja fazer aceitar. Por exemplo: deixar que se
desenvolva ou se intensifique a violência urbana ou organizar atentados sangrentos,
a fim de que o público seja o mandante de leis de segurança e políticas em prejuízo
da liberdade. Ou também: criar uma crise econômica para fazer aceitar como um
mal necessário o retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos
serviços públicos.
3 – A estratégia da Gradação
Para
fazer com que se aceite uma medida inaceitável, basta aplicá-la gradativamente,
a conta-gotas, por anos consecutivos. É dessa maneira que condições socioeconômicas
radicalmente novas foram impostas durante as décadas de 1980 e 1990. Estado
mínimo, privatizações, precariedade, flexibilidade, desemprego em massa,
salários que já não asseguram ingressos decentes, tantas mudanças que haveriam
provocado uma revolução se tivessem sido aplicadas de uma só vez.
4 – A estratégia do Deferido
Outra
maneira de se fazer aceitar uma decisão impopular é a de apresentá-la como
sendo “dolorosa e necessária;” obtendo a aceitação pública, no momento para uma
aplicação futura. È mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrifício
imediato. Primeiro, porque o esforço não é empregado imediatamente. Em seguida,
porque o público, a massa, tem sempre a tendência a esperar ingenuamente que
“tudo irá melhorar amanhã” e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Isto
dá mais tempo ao público para acostumar-se com a ideia de mudança e de aceitá-la
com resignação quando chegar o momento.
5 – Dirigir-se ao público como crianças
de baixa idade
A
maioria da publicidade dirigida ao grande público utiliza discurso, argumentos,
personagens e entonação particularmente infantis, muitas vezes próximos à
debilidade, como se o espectador fosse um menino de baixa idade ou um deficiente
mental. Quanto mais se intente buscar enganar o espectador, mais se tende a
adotar um tom infantilizante. Por quê? Se você se dirige a uma pessoa como se
ela tivesse a idade de 12 anos ou menos, então em razão da sugestão, ela tenderá
com certa probabilidade a uma resposta ou reação também desprovida de um
sentido crítico como a de uma pessoa de 12 anos ou menos de idade.
6 – Utilizar o aspecto emocional muito
mais que a reflexão
Fazer
uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para causar um curto circuito
na análise racional, e por fim, ao sentido crítico dos indivíduos. Além do mais,
a utilização do registro emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente
para implantar ou enxertar ideias, desejos, medos e temores, compulsões, ou
induzir comportamentos.
7 – Manter o público na ignorância e na
mediocridade
Fazer
com que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados
para seu controle e sua escravidão. A qualidade da educação dada às classes
sociais inferiores deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a
distância da ignorância que paira entre as classes inferiores às classes sociais
superiores seja e permaneça impossível para o alcance das classes inferiores.
8 – Estimular o público a ser
complacente na mediocridade
Promover
ao público a achar que é moda o fato de ser estúpido, vulgar e inculto.
9 – Reforçar a revolta pela autoculpabilidade
Fazer
o indivíduo acreditar que é somente ele o culpado pela sua própria desgraça, por
causa da insuficiência de sua inteligência, de suas capacidades, ou de seus esforços.
Assim, ao invés de rebelar-se contra o sistema econômico, o indivíduo se autodesvalida
e culpa-se, o que gera um estado depressivo do qual um dos efeitos é a inibição
de sua ação.
10 – Conhecer melhor os indivíduos do que
eles mesmos se conhecem
No
transcorrer dos últimos 50 anos, os avanços acelerados da Ciência têm gerado crescente
brecha entre os conhecimentos do público e aqueles possuídos e utilizados pelas
elites dominantes. Graças à Biologia, à Neurobiologia e a Psicologia Aplicada,
o sistema tem desfrutado de um conhecimento avançado do ser humano, tanto de forma
física como psicologicamente. O sistema tem conseguido conhecer melhor o indivíduo
comum do que ele mesmo se conhece. Isto significa que, na maioria dos casos, o
sistema exerce um controle maior e um grande poder sobre os indivíduos do que
os indivíduos a si mesmos.