sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Fronteira Urgente:
É o novo blog da tríplice fronteira Argentina-Brasil-Paraguai. No comando, os estudantes de jornalismo da UDC Wallace e Sérgio.


Semana: 27 de fevereiro a 6 março de 2015

E C O L O G I A:
Um bom calmante: Árvores

          Além de tudo o que você já conhece sobre árvores, saiba que para muita gente elas funcionam como um excelente calmante. Abra espaço para essas amigas. Adote uma árvore, defenda-a, veja-a crescer, acompanhe seu ciclo de uma estação a outra. Essa experiência irá propiciar-lhe um espaço vital, recuperando-o do stress e da ansiedade. Pesquisas demonstram que, nos hospitais, doentes curam-se mais depressa quando podem avistar árvores da janela do quarto. Lute para que os hospitais ponham árvores, e não estacionamentos, como paisagem para seus internados.    
         
 – Como defender a Ecologia. O Boticário – Editora Nova Cultural. 


Í N D I C E:

1)   Idealização da humanidade futura
     -Augusto dos Anjos-

   2)    27 de fevereiro – dia do livro didático
     - Paulo Ferreira –


   1)    Idealização da humanidade futura
      -Augusto dos Anjos-

Rugia nos meus centros cerebrais
A multidão dos séculos futuros
- Homens que a herança de ímpetos impuros
Tornara etnicamente irracionais! –

Não sei que livro em letras garrafais,
Meus olhos liam! No húmus dos monturos,
Realizam-se os partos mais obscuros,
Dentre as genealogias animais!

Como quem esmigalha protozoários
Meti todos os dedos mercenários
Na consciência daquela multidão...

E, em vez de achar a luz que os Céus inflama,
Somente achei moléculas de lama
E a mosca alegre da putrefação!



                                          


2)       27 de fevereiro – dia do livro didático

Paulo Ferreira

“Um país se faz com homens e livros” – Monteiro Lobato.


I
magine um valioso baú com um ainda mais valioso tesouro. Que esse baú encerra a mais preciosa invenção à disposição do homem.
          Estamos falando do livro (baú) e do tesouro (a escrita. Pode ser válido para qualquer livro (a depender do gosto) e, sendo um livro didático, “dobram os encantos” – como diria meu avô.
Para muitos, o melhor amigo do homem é o cachorro. E o livro? Por que desprezá-lo? Podemos viver sem cachorro, pois seu uso na maioria dos casos se refere à segurança. Se fizermos parte de uma sociedade ética, o cão pode ser dispensado. Mas e o livro? Como seria hoje a sociedade sem ele? Provavelmente ainda não estaríamos tecnologicamente tão evoluídos. Essa ferramenta indispensável acompanhou ativamente o desenvolvimento humano.
          Existem várias leis que disciplinam sua elaboração, condições de produção, importação e até mesmo utilização e distribuição, tais como:
a)   Decreto-Lei n° 1.006, de 30 de dezembro de 1938 (Estabelece as condições de produção, importação e utilização do livro didático);

b)  Decreto n° 7.084, de 27 de janeiro de 2010
(Programas de Material Didático executados no Âmbito do Ministério da Educação);

c)   Resolução n° 42, de 28 de agosto de 2012 (Dispõe sobre o Programa Nacional do Livro Didático – PNLD).

          Aristóteles pregava: “Onde quer que se descuide da educação, o Estado sofre um golpe nocivo”. Não existe educação sem livros.
           Das plaquetas de barro usadas pelos escribas na Mesopotâmia há seis mil anos, passando pelo papiro até chegar aos livros hoje – o verdadeiro testemunho da História, eis o maior legado da civilização.
          Vamos lê-los. Continuemos nesse moto contínuo da vida nos construindo e construindo um mundo melhor. Livros, sempre livros. 
          Livro didático - no oceano da Educação, bússola do professor; tábua de salvação dos alunos. O livro didático vem com outra conotação: ele é mais íntimo, mais companheiro, mais presente. E pode ser também o melhor presente.



segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Pingos de Filosofia errou:

Na semana passada no artigo “Homem enjaulado e cristãos decapitados”, citamos que o terrorismo usa imagens para atingir seus objetivos. Se é isso que eles querem, não devíamos publicar a foto que ilustrou o artigo para não fazermos o jogo deles.

Semana:  20 a 27 fevereiro 2015

E C O L O G I A:
Desinfete sem riscos:

          Pequenas feridas podem ser tratadas com água e sabonete, água e sal, loção de calêndula, malva, própolis. São soluções domésticas, baratas e naturais. Os desinfetantes vendidos em farmácias costumam ter o triclorofenol, uma substância corrosiva. Feridas mais sérias e profundas devem ser tratadas por especialistas.    
         
 – Como defender a Ecologia. O Boticário – Editora Nova Cultural. 


Í N D I C E:

1)   O Lázaro da Pátria
     -Augusto dos Anjos-

2) Revista faz ataque revisionista à Bíblia
     - Paulo Ferreira –


   1)     O Lázaro da Pátria
      -Augusto dos Anjos-

Filho podre de antigos Goitacases,
Em qualquer parte onde a cabeça ponha,
Deixa circunferência de peçonha,
Marcas oriundas de úlceras e antrazes.

Todos os cinocéfalos vorazes
Cheiram seu corpo. À noite, quando sonha,
Sente no tórax a pressão medonha
Do bruto embate férreo das tenazes.

Mostra aos montes e aos rígidos rochedos
A hedionda elefantíase dos dedos...
Há um cansaço no Cosmos... Anoitece.

Riem as meretrizes no Cassino,
E o Lázaro caminha em seu destino
Para um fim que ele mesmo desconhece!


sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

2)    Revista faz ataque revisionista à Bíblia

Paulo Ferreira

“Sócrates não gostava dos sofistas porque para eles o que importava num embate retórico era somente vencer o adversário, mesmo que para isso fosse preciso fazer uso de todo tipo de artifício, inclusive a mais sórdida mentira” – Paulo Ferreira da Rocha Filho.

A
 revista Super Interessante do mês de janeiro de 2015 ousou, mas errou na dose. Com farta reportagem com 12 páginas, tratou de forma diferente até então, de um dos livros mais importantes da Bíblia – Êxodo. Na capa, Moisés com seu cajado abrindo o Mar Vermelho, conduzindo o povo hebreu. Abaixo, no rodapé: “Como um grupo de escravos se aproveitou de um colapso no clima para fugir do Egito, dar origem à maior de todas as histórias da Bíblia e mudar para sempre a civilização”.  Essa mesma citação no interior da publicação vem com um adendo: “Como um grupo pequeno e irrelevante de escravos se aproveitou de um colapso de clima para fugir do Egito, dar origem à maior de todas as histórias da Bíblia e mudar para sempre a Civilização”.
          Ao lermos à matéria, percebemos que o texto  fora  escrito por alguém que deseja ser um grande exegeta e que, finalmente, traz à luz a “verdade” para todos – Há uma certa intenção de embotamento capcioso em seu entendimento. Faltou porém uma coesão textual e contextualizada. Em alusão ao filme Interestelar que trata do delicado assunto, o autor da reportagem, Alexandre Versignassi comenta: “uma civilização colapsada. E a única esperança de sobrevivência é encontrar um outro planeta para substituir a Terra”. À guisa de reparar o equívoco na revista, acrescentamos: não é preciso fazer nenhum exercício de elucubração para ver que numa época em que a forma da Terra não era conhecida, pois o telescópio  somente seria inventado em 1608 pelo neerlandês Hans Lippershey. Pouco tempo depois, Galileu aperfeiçoou o invento e, a partir desse fato, é que planetas e forma da Terra ficaram conhecidos. É bastante improvável que um povo sem ter consciência de seu endereço no universo pensasse em fugir para outros planetas, se nem sabia do que se tratava. Isto somente seria possível se dentre os humanos existisse alguém com dons proféticos. Mas sabemos que os profetas não se fizeram sozinhos. Deus deu esse dom a uns poucos homens para que estes servissem de interlocutor entre o Divino e o povo.
          Na página 37 consta: “Na Bíblia a abertura  do Mar Vermelho está presente, com toda a pirotecnia a que se tem direito,  já nos trechos mais antigos do livro”. Pirotecnia é uso do fogo e este não foi usado para tal fim. Aqui tratamos com água. Mesmo que queira se referir à coluna de fogo que iluminava o caminho durante as noites, o fato é irrelevante. Os ataques continuam quando se usa a palavra Mito para classificar três eventos:
          a) Quando põe em dúvida a escravidão dos hebreus durante longos 400 anos;
          b) Quando afirma que “a teoria de mudança climática justificaria o mito da abertura do Mar Vermelho”;
          c) “Na realidade, o mito da travessia talvez reflita, com uma dose de espetáculo, a memória de uma época de seca, em que o nível de alguns lagos baixou drasticamente”.
          Houve uma proposital desqualificação ao longo do texto, inclusive de mar para lago, muito embora há casos que geologicamente isso seja possível.
          d) Na página duplamente ilustrada nº 37, o autor usa as palavras Córrego Vermelho substituindo Mar Vermelho.
         A reportagem é sustentada principalmente em hipóteses do especialista em paleoclima da Universidade do Novo México, Brandon Lee Drake e do arqueólogo Israel Finkelsteis, da Universidade de Tel Aviv. Mas o que é hipótese? Hipótese é uma proposição especulativa e provisória. No campo científico tem valor relativizado - ela por si só não se sustenta.  Precisa ser demonstrada. O assunto poderia ser notícia; reportagem, não.
          Esta não é a primeira e provavelmente não será a última vez que a Bíblia é atacada. Mas a Bíblia traz relatos incontestes profetizados com pelo menos 150 anos de antecedência:
a)   Um homem chamado Ciro conquistaria a Babilônia e libertaria os hebreus – Isaías 44:28; 45:1;
b)  O rio Eufrates secaria, abrindo caminho para o exército de Ciro – Isaías 44:27;
c)   Os portões da cidade seriam deixados abertos – Isaías 45:1;
d)  O exército babilônico “deixaria de lutar” – Jeremias 51:30 e Isaías 13:1,7.
          Para o filme Os Dez Mandamentos (1956), o diretor Cecil B. DeMille convocou os intelectuais bíblicos Eusébio de Cesaria e Flavio Josefo permitindo-lhes fazer algumas modificações e adaptações, mas sem distorcer a realidade.
           Para dirimir qualquer dúvida, a Bíblia é uma obra escrita por homens inspirados em Deus. E como sempre ela permanecerá incólume ao longo do tempo e este é o senhor da razão.
         


sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Semana: 13 a 20 de fevereiro de 2015
E C O L O G I A:
Cuidado com certos materiais:

          Muita gente gosta de fazer um conserto doméstico, lidar com marcenaria, eletricidade ou mecânica em horas de folga, mas não toma as precauções adequadas. Hoje há materiais perigosos, que exigem luvas, máscaras, óculos especiais. Por exemplo: tintas e solventes químicos podem causar problemas, quando absorvidos pela pele ou respirados. Soldas feitas sem óculos próprios causam desde dores atrozes, conjuntivites e outros males mais graves.
          – Como defender a Ecologia. O Boticário – Editora Nova Cultural. 


Í N D I C E:

1)   A ideia
     -Augusto dos Anjos-

2) Violência: homem enjaulado e cristãos decapitados
 - Paulo Ferreira –


    1)    A ideia
      -Augusto dos Anjos-

De onde ela vem? De que matéria bruta
Vem essa luz que sobre as nebulosas
Cai de incógnitas criptas misteriosas
Como as estalactites duma gruta?!

Vem da psicogenética e alta luta
Do feixe de moléculas nervosas,
Que, em desintegrações maravilhosas,
Delibera, e depois, quer e executa!

Vem do encéfalo absconso que a constringe.
Chega em seguida às cordas do laringe,
Tísica, tênue, mínima, raquítica...

Quebra a força centrípeta que a amarra,
Mas, de repente, e quase morta, esbarra
No molambo da língua paralítica!



Estadão - conteúdo
2) Violência: homem enjaulado e cristãos decapitados

Paulo Ferreira

“A injustiça num lugar qualquer é uma ameaça à justiça em todos os lugares” - Martin Luther King.


A
 televisão semana passada mostrou uma cena que poderia ser de um zoológico, porque tinha uma jaula. Mas tinha um homem dentro dela. Não é mais um Zoológico. O prisioneiro da Jordânia, não tinha como escapar da robusta prisão. Foi anunciado que a vítima seria incendiada ainda com vida. As imagens do fogo não foram mostradas na televisão brasileira. Somente em jornais impressos. Foi uma morte mostrada como um show pirotécnico. A pirotecnia foi inventada na China para, por meio de fogos, entreter os imperadores. Hoje, o fogo que ajudou a construir a civilização cozinhado os alimentos e fundindo metais, é usado para destruir seres humanos. Os autores do vídeo fazem questão de gravar as imagens “para a posteridade”. Fazem “justiça” à sua maneira. As imagens são distribuídas aos canais de televisão para servirem de exemplo. É a “Sociedade do espetáculo”descrita, por Guy Debord em sua obra clássica. No dia seguinte e os próximos também, a vida para todos se comportou seguindo sua trajetória normal.  A natureza no seu eterno devir e, cada um seguindo seus passos friamente como se o fato não tivesse acontecido. Mas aconteceu, aconteceu com o outro. Não foi comigo nem com ninguém de minha família. Esta é a linha de raciocínio de muitos – é um torpor geral. Também estão decapitando os cristãos. Voltamos à barbárie. Só que com uma diferença. Naquele tempo os humanos matavam os grupos hostis. Tinha competição e os mais fortes dominavam os mais fracos. O destino destes estava nas mãos daqueles que detinham o poder. Os antigos eram insensíveis porque tinham de sair para caçar, passar horas a fio longe da convivência familiar, arriscando a vida, esperando a presa para trazer proteína para si e para o grupo. Precisavam se apossar de pertences e de terras. Essa insensibilidade era uma espécie de couraça na pele para proteção das intempéries e, até enfrentar no braço e com armas rudimentares, animais ferozes. Os 86 bilhões de neurônios trabalhavam apenas para a sobrevivência.
          Hoje que não existe competição por alimentos. A vida de um não depende mais da morte do outro. Estamos repetindo a violência como se o tempo passasse sem nenhuma reflexão e transformação. Tivemos pacifistas como Ghandi, Martim Luther King, D. Hélder Câmara e o maior deles – Jesus Cristo. Para os violentos, essa lição ainda não foi aprendida.
          Era de se esperar que diante desses fatos, o mundo inteiro parasse e, se posicionasse contra esse tipo de violência. Até parece que de tanto convivermos com ela, internalizamo-la e, daí, também nos tornamos insensíveis. Atualmente se faz passeatas e outros tipos de manifestações para quase tudo: aumento do custo de vida, geração de emprego, até impeachment de presidente da república. Como um de nós se sentiria por trás daquelas grades, sabendo da iminência da morte?
Leitor atento imagine alguém lhe encharcando de gasolina para depois lhe atear fogo. Ou então lhe cortando o pescoço como fazem com os critãos.
          Com cada um somente pensando em si, desta vez enclausurado mas nos seus aposentos, este fato de forma indireta alimenta mais ainda a violência.
Vivemos num mundo que a proteção física é apenas para quem tem posses e para próprio capital. Perceberam o aparato de carros-fortes e da guarda treinada para esse fim? Pela leitura de mundo, dinheiro é número. Ser humano que deveria ser nome é somente número. Mas diferente da conotação de dinheiro. Dinheiro era para ser somente dinheiro. Capital era para sermos todos nós, até por uma questão etimológica que a palavra é de origem latina – caput, capitis – essencial, primordial o cabeça, o centro, o que governa.
          O Brasil poderia dar um bom exemplo. Um país que tem Ibama e outros institutos de preservação da vida, com leis ambientais que protegem flora e fauna, não mexeu sequer um músculo para defender esses humanos. Se árvores, pássaros, cobras e lagartos estão sob a égide da justiça, por que não nos insurgimos contra a matança humana?  E o resto do mundo, por que também não fez nada?  Quando cruzamos os braços, é como se permitíssemos essas atrocidades.

          “O que me preocupa não é o grito dos maus. É o silêncio dos bons” – Martin Luther King.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Desculpas aos leitores: pelo atraso na postagem desta semana. Tivemos problemas técnicos com a Internet.

Coluna do leitor: Artur Frassy elogiou o artigo “Como o presidente da Indonésia deveria responder(1) ao pedido de clemência da presidente Dilma Roussef.


Semana: 6 a 13 de fevereiro de 2015 de 2015

E C O L O G I A:
Entre na turma do chá:

          As novas fórmulas “milagrosas” que conseguem “alivio instantâneo” para isto ou aquilo, na maioria das vezes, são meras frases de promoção publicitária de um produto. Não tenha medo de tentar, antes delas, um simples e inocente chá. Os de camomila, alecrim ou hortelã, ajudam a relaxar. O de sálvia trata dores de garganta, amigdalite e até cortes na boca. Os chás hepáticos quase sempre deixam seu fígado em ordem. Nas farmácias e lojas de produtos naturais você tem outros tipos e informação a respeito de todos eles. Alguns, como o de sálvia ou de boldo, têm gosto ruim – mas pense em quanta coisa ruim que às vezes nos defrontamos na vida, e que não nos fazem nenhum bem. O conforto compensa o sacrifício.
          – Como defender a Ecologia. O Boticário – Editora Nova Cultural. 


Í N D I C E:

1)   Psicologia de um vencido
     -Augusto dos Anjos-

2)  Nudez vista sob determinados pontos de vista
 - Paulo Ferreira –


    1) Psicologia de um vencido
      -Augusto dos Anjos-

Eu, filho do carbono e do amoníaco,
Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênesis da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.

Profundissimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância...
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de um cardíaco.

Já o verme -  este operário das ruínas –
Que o sangue podre das carnificinas
Come, e à vida em geral declara guerra,

Anda a espreitar meus olhos para roê-los,
E há de deixar-me apenas os cabelos,

Na frialdade inorgânica da terra!




Polonesa nua
Brasileiras de top less
Nudez vista sob determinados pontos de vista

Paulo Ferreira

“Tantas são as sociedades que discutem, satanizam, combatem, proíbem, punem, mas consomem amplamente a nudez” – Carmita H.N. Abdo.



N
a Polônia, uma moça entrou numa lanchonete para pegar uma bebida e um lanche. Ficou na fila para pagar as compras e saiu do jeito que entrou: NUA. Não foi importunada com olhares, impropérios ou qualquer outra forma de desrespeito e seguiu adiante seu caminho.
          No Brasil, semana passada, um grupo de mulheres resolveram protestar contra o machismo tirando praticando o top less – seios descobertos. Essa prática é bastante conhecida nas praias da Europa. No Brasil, a prática de tomar banho sem roupa ocorre nas praias exclusivas de naturismo. O termo nudismo deve ser evitado porque se trata de uma filosofia de vida. Não é simplesmente tirar a roupa.
           O que é nudez e porque ela provoca tanta celeuma? Nascemos nus. Não nos vestimos, vestem-nos. A Bíblia cita Adão e Eva bastante à vontade no paraíso vivendo num mundo só deles. Depois do pecado por comer o fruto da árvore proibida é que o primeiro casal viu-se nu e, procuraram se esconder de Deus. Era a ligação do sentimento de vergonha ao comer o que era proibido - o nu.
          Andar nu em 5000 a.C. era coisa comum, principalmente para os gregos. As primeiras olimpíadas eram praticadas com atletas sem roupa. A palavra Ginásio significa local de nudez. Até as batalhas eram também sem roupa.  Os mestres da pintura, Goya e Gauguin enriqueceram suas Artes com o corpo feminino. O discóbolo de Miron, Sátiro dormindo, Vênus de Milo são trabalhos de esculturas onde o nu era artística e culturalmente aceito - tudo tão lindo, tudo natural. Nas cidades antigas, os banhos eram coletivos em praças públicas. No Cairo na era Otomana, havia muitos banhos turcos. Certa vez, houve um incêndio de grandes proporções, e somente se salvaram as pessoas que correram nuas. Quem procurou se vestir morreu. À época do Império Romano, a nudez nos banhos públicos era costumeiramente normal. O que poderia ter modificado estruturalmente esse conceito para que hoje o corpo tivesse essa conotação do proibido?  Até o século VIII, o batismo cristão também era uma cerimônia onde o batizado, nu era realizado, para purificar a alma. Segundo a Drª. Carmita H.N. Abdo, o fim dessa prática pela igreja católica contribuiu para que a nudez carregasse até hoje o peso do preconceito. A Era Vitoriana no Século XIX foi um período da História onde mais o nu foi moralmente atacado. 
          A nudez já serviu para absolver uma ré – Na Grécia antiga, Frineia, uma das mais famosas cortesãs, de tão prestigiada, foi até retratada pelo mais importante pintor da cultura helênica – Apeles. Conta-se que Frineia, foi levada a um tribunal por causa de uma calúnia. Vendo que seu advogado havia esgotado todo seu repertório de defesa e, por isso, sua condenação iminente estava mais que certa,
tirou a roupa diante dos juízes e estes, associando que a beleza era um atributo divino, resolveram absolvê-la.
          No Brasil, tivemos a bailarina, naturista e primeira feminista Luz del Fuego que fundou o Clube Naturalista Brasileiro – na praia Ilha do Sol.
Também freqüentou Abricó, hoje reduto de naturismo.
         Na medicina a Helioterapia – tratamento de enfermidades através da luz do sol já foi amplamente usado – com pouca ou nenhuma roupa.
          A nudez em determinados conceitos: no ocidente, é a ausência de roupas ou uma outra qualquer indumentária. O nu no ocidente representa diretamente a exposição dos órgãos sexuais. Para os ortodoxos, são braços, colo e pernas. Muçulmanos consideram a cabeça feminina descoberta uma nudez. Para certos nativos, a nudez representa a ausência de alguns adornos no pescoço e orelhas.
          Para outros, o corpo nu pode muito bem ser comparado como um espelho que reflete a própria  imagem no outro. O outro tem parte de mim; eu, por minha vez, sou parte do outro – somos da mesma espécie. Mas o nu pode causar aceitação, indiferença e rejeição. Não é obrigado a ninguém ver o que acha que não deve ver; como também não se deve ser obrigado a se mostrar se assim não o desejar.
          De qualquer forma, somos a única espécie que cria linguagem e daí conceitos e preconceitos. A nudez é democrática porque torna todos iguais. A roupa além da proteção do frio, também serve para nos identificar – estratificação social. Somente nós nos vestimos. Animais e natureza estão aí nus diante de nós. A forma de ver animais e natureza depende de cada um. Não sabemos como o leitor interpretou os nus que ilustram este artigo.
          “A pessoa só enxerga o que está preparada para ver” – Ralph Waldo Emerson (poeta e ensaísta norteamericano).
 

Nota: Não é nossa pretensão fazermos apologia da nudez. O artigo é meramente informativo.