sábado, 27 de fevereiro de 2016

Semana de 26 de fevereiro a quatro de março de 2016

O improvável impeachment da Dilma Roussef
Paulo Ferreira

Existem mais mistérios entre o céu e a terra que tudo o que diz nossa vã Filosofia” – William Shakespeare.

T
em árvores cujos frutos amadurecem, apodrecem e não caem. Uma dessas árvores recebeu aplicação do adubo da corrupção, cresceu frondosa e, seus galhos ganharam tamanhos e calibres diversos. Muitos são políticos e pessoas que se alimentam desses frutos pelo país inteiro. A intelligentsia petista e seus próceres ilustram bem esse cenário de desgoverno e corrupção. Toda semana aparece uma denúncia diferente ou até várias e, tudo continua como antes. O país hoje é governado por uma quadrilha e ninguém tem vergonha de mostrar a cara. Representantes do povo dão entrevistas negando o que foi sobejamente provado e ninguém cai porque todos tem medo de todos. E assim todos se protegem. Um sempre ou quase sempre sabe de alguma coisa que compromete a hombridade do outro. E não sabemos como nem quando será o final disso tudo.
          Tem muito lixo submerso para vir à tona nesse mar de corrupção. Tem peixe de todos os tamanhos, de sardinha a tubarão; tem baleias que de tão extrema adiposidade originada do erário, já nada com dificuldade.
          Em qualquer outro país sério esses acontecimentos causariam vários tsunamis. Usando a palavra “marola” – suave ondulação do mar que Lula usava para dizer que o Brasil não havia entrado em crise econômica, nem mesmo marola vemos como indicadora de tanto escândalo. A calmaria favorece esse cenário político.
          Mas “o fato de o mar estar calmo na superfície não significa que algo não esteja acontecendo nas profundezas” – O Mundo de Sofia (Joinstein Gaard).

          Não ter impeachment é a luz que se apagou no fim do túnel.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Semana de 19 a 26 de fevereiro de 2016

“Seo Paulo, entrei em seu blog. Achei muito bacana e indiquei para alguns conhecidos meus. Muito bacana, muito bom... Parabéns pelos textos, parabéns pelo trabalho” – Prof.Dr. Elídio de Carvalho Lobão – Engenheiro Eletricista. Dr. em Engenharia e Coordenador do Curso de Engenharia Elétrica da Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE.

Aos 15 anos, calouro mais jovem do Ita
Paulo Ferreira

“Só a ignorância aceita e a indiferença tolera o reinado da mediocridade” – José de Alencar.

V
ictor Raniery da Silva Holanda, de Natal (RN) ingressou no Instituto Tecnológico da Aeronáutica – ITA.  É um dos vestibulares mais difíceis e concorridos do país. Sempre à frente dos conhecimentos que eram dados em sala de aula, na oitava série,  queria ser dispensado da nona e passar para o ensino médio. Precisava então fazer uma prova do supletivo, mas o Estado não permitia por ele não tinha idade mínima. O pai entrou na justiça e o juiz decidiu que o Estado seria obrigado a aplicar a prova. Fez e conseguiu concluir o curso Fundamental. Estudava até cerca de 13 horas por dia. Assim, abriram-se as portas do ITA.
          Nosso país não está preparado para lidar com gênios. Muitas vezes em sala de aula estudantes  como Victor Raniery são vistos como aluno-problema, porque terminam as tarefas antes dos demais e professor despreparado fica sem saber lidar com ele. Dessa forma, o aluno permanece na sala de aula vendo e revendo o que aprendeu. Como a galinha na sala de aula quando bem poderia ser o que realmente é – águia – (Fábula da águia que fora criada como galinha).
          O país está preocupado, sim, mas em outro tipo de talento, aliás, atributo – beleza. Fosse ele nessa mesma idade uma menina macérrima, de rosto com padrão cinematográfico, não faltariam caças-atributo. Currículo neste caso, é dispensável. Onde se lê currículo, leia-se Book (fotos da menina nas mais diversas poses). Imagem é o que vale.
          Em muitos outros países, Victor Raniery, diamante a ser lapidado receberia tratamento justo pela sua capacidade. Lá fora, é estimulado. Aqui, o destino é ser medíocre (fazer parte da média). Basta ver na supervalorização do programa Big Brother. Nele, os participantes recebem tratamento diferenciado e até são chamados de “heróis”. Para esses, os louros da vitória.
          E viva a mediocridade. A população aplaude efusivamente.


sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Semana de 12 a 19 de fevereiro de 2016

Neymar Jr, imposto e a Ética

Os impostos são aquilo que se paga para se ter uma sociedade civilizada” - Oliver Holmes”.

O
 Barcelona, time de futebol, para manter   Neymar Jr em seu elenco, resolveu majorar seu supersalário que passa de 11 milhões para 16 milhões de euros anuais. Mas é uma proposta até modesta, visto que o arqui-inimigo do Barça, Real Madrid oferece 20 milhões de euros e por sua vez, o Paris Saint Germain duplica – 40 milhões de euros. É dinheiro para não acabar mais e, considerando que muitas cidades não arrecadam vultosa soma.
          Recentemente esse jogador foi acusado pelo fisco brasileiro de sonegar impostos. Segundo o jornal O Globo, é o atleta brasileiro que mais deve à Receita. Na Espanha, também imbróglio relacionado com a compra de seu passe. Raciocinando num nível elementar, impostos servem para que os governos projetem, implantem e implementem obras de  infraestrutura  como  energia, saneamento, transporte, telecomunicações, informática, além de estradas, escolas (todos os níveis) hospitais, e outros benefícios  que só melhoram o país. Neymar Jr e seu staff somente pensam em si. Não pagando impostos a população que trabalha e consome os produtos que o patrocina direta e indiretamente o jogador não recebe nenhum benefício que o atleta poderia prover. E olhe que todos nós simples mortais pagamos religiosamente impostos.
          É muito glamour e muitos recursos naturais para sustentar uma pessoa privilegiada como ele e outros. Ele dilapida o planeta bem mais que um simples trabalhador para manter uso de aviões, carros, casas, roupas, energia e água. E sua pegada ecológica não tem mais tamanho.
          John Rawls, filósofo político em sua obra Uma Teoria da Justiça – advoga entre outras coisas o principio da liberdade e igualdade. Traduzindo seus princípios, essa situação até seria aceitável somente se no caso, o jogador sendo muito rico (como já é) tornasse os pobres menos pobres. Ainda para Rawls,  não há razão entre ser bom jogador e merecer ganhar mais.  O talento já seria uma “uma loteria natural”. Em outras palavras: recebeu o prêmio da natureza e ainda foi remunerado.
          A Ética tem como princípio manter a ordem social (sem controle social) e a dignidade do comportamento humano. Se a riqueza de Neymar Jr não é canalizada para tal fim e, se sua efêmera passagem no Planeta não o torna melhor, ele piora o que já é ruim. Tudo com o aval de uma população alienada na concepção marxista.

          Que falta faz a Educação.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Semana de 5 a 12 de fevereiro de 2016

O Sol, a Lua a Terra e Simone
Paulo Ferreira da Rocha Filho


No pátio de meu trabalho
Ela sempre vem por um atalho
Encosta o antebraço no rosto para o Sol não lhe ofuscar
Não sabe ela
De tez de brancura divinal e singela
Que o Sol ditoso quer lhe beijar
Tem essa característica de cor que é apenas sua
A Lua, do Sol é o espelho
Mas Simone reflete a luz do Sol melhor que a própria Lua
O Sol pressente isso como se dando um conselho
E a Lua percebendo esse evento
Em vão, corre contra o espaço, o tempo e o vento
Fica logo enciumada
Por não se sentir pelo Sol mais amada
Porque o Sol que atrai a Lua e a Terra
Vendo Simone, foi atraído por ela
Vencida, a Lua fugiu para o apogeu (*)
O Sol maravilhado e orgulhoso disse:
“Entre nós, nada de mal existe
Vem, Simone se aquecer nos braços meus”
E lá no céu com tanto espaço
O Sol e Simone num eterno abraço
Apesar de tudo o que aconteceu
Porque no Cosmos felicidade tem nome
E assim o Sol e Simone
Vão vivendo os ternos dias seus.

(*Apogeu – Posição mais afastada que um corpo em órbita da Terra pode atingir).