Semana de 26 de fevereiro a quatro de março de 2016
O
improvável impeachment da Dilma
Roussef
Paulo Ferreira
“Existem mais mistérios entre o céu
e a terra que tudo o que diz nossa vã Filosofia”
– William Shakespeare.
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em árvores cujos frutos
amadurecem, apodrecem e não caem. Uma dessas árvores recebeu aplicação do adubo
da corrupção, cresceu frondosa e, seus galhos ganharam tamanhos e calibres
diversos. Muitos são políticos e pessoas que se alimentam desses frutos pelo
país inteiro. A intelligentsia
petista e seus próceres ilustram bem esse cenário de desgoverno e corrupção.
Toda semana aparece uma denúncia diferente ou até várias e, tudo continua como
antes. O país hoje é governado por uma quadrilha e ninguém tem vergonha de
mostrar a cara. Representantes do povo dão entrevistas negando o que foi
sobejamente provado e ninguém cai porque todos tem medo de todos. E assim todos
se protegem. Um sempre ou quase sempre sabe de alguma coisa que compromete a hombridade
do outro. E não sabemos como nem quando será o final disso tudo.
Tem muito lixo submerso para vir à
tona nesse mar de corrupção. Tem peixe de todos os tamanhos, de sardinha a
tubarão; tem baleias que de tão extrema adiposidade originada do erário, já
nada com dificuldade.
Em qualquer outro país sério esses
acontecimentos causariam vários tsunamis.
Usando a palavra “marola” – suave ondulação do mar que Lula usava para dizer
que o Brasil não havia entrado em crise econômica, nem mesmo marola vemos como
indicadora de tanto escândalo. A calmaria favorece esse cenário político.
Mas “o fato de o mar estar calmo na superfície não significa que algo não
esteja acontecendo nas profundezas” – O Mundo de Sofia (Joinstein Gaard).
Não ter impeachment é a luz que
se apagou no fim do túnel.