sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Semana de 25 de novembro a 2 de dezembro de 2016 

Secura

Poeta Paulo Ferreira da Rocha Filho

Secura é falta
Secura é negação
Secura nos assalta
Secura é faltar ao outro atenção
Secura é falta d’água
Secura é o transbordamento da mágoa
Secura é se negar para reconciliação
Secura nas palavras
Mais que armas
É pior que seca no sertão.

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Semana de 18  a 25 de novembro de 2016

18 de novembro – Dia Mundial em Memória das

Vítimas do Trânsito
Poeta Paulo Ferreira da Rocha Filho

                            I
Na Suécia o que se pretende
É zero por ano em acidente
No gigante Brasil Varonil
Só em mortes, mais de 45 mil
                     II
Notícias até de acidentes fatais
Parece que nem ligamos mais
Acidentes com avião que é mais raro
Das mídias recebem maior vulto e amparo
                    III
Vale salientar: no trânsito os números são subnotificados
Porque números reais não são contabilizados
Engordam as estatísticas somente as mortes nas estradas
Fora disso, em outro ambiente, a situação é descontrolada
                   IV
Carro em muita gente dá a sensação de empoderamento
Mas é tudo verdadeira vaidade para abraçar o vento
A realidade de trânsito mais parece loteria
O sair de carro pode representar nosso último dia
                    V
Infelizmente carro é indicador social
Há quem faça sacrifício para tê-lo como conquista ideal
Há os que para economizar, não põem filhos na escola
Para comprar carro e ver se o marketing pessoal decola
                   VI
No seio social acidente é uma negativa corrente
Analisados pelo lado econômico e humano é perigo para toda gente
Pois até em acidentes toda a sociedade também se liga
Porque viúva de acidentado recorre à Previdência para seguir a vida
                   VII
Todos dizem ser contra as guerras
As do trânsito são contínuas – nunca se encerram
? Para que tanta pressa para atuar na lida
Se banalizamos o mais importante que é a vida?



sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Semana de 11 a 18 de novembro de 2016


              Ela e o rio

Poeta Paulo Ferreira da Rocha Filho

                          I
Aquele bosque que fomos escondia um rio
Daquele momento e do que agora me lembro, me extasio
Deitamo-nos em total abandono à sua margem
Era o paraíso aquela singular paisagem
                          II
Ambiente convidativo – até o Sol se aproximou
O ar, rio, tudo se aqueceu – tudo se iluminou
Ela levantou-se, tirou a roupa, invadiu o rio sem medidas
O rio também a invadiu, tocando-lhe até as partes mais escondidas
                          III
Ela tomava banho no rio
O rio tomava banho nela
E eu em meio a esse desvario
Vendo tudo isso da trizidela
                          IV
O rio a tocava feliz como um menino a um presente
Também a envolvia em gestos como um amante experiente
Seu corpo no rio era carícia para ele
Nunca alguém vira um enlace como aquele
                          V
Ela e o rio se entregando em cada braçada, em cada mergulho
Eu via tudo. Difícil acreditar. Tantos movimentos ferindo meu orgulho
O rio de água, era também um caudaloso rio de prazer
Todo o rio em luxúria em seu corpo a fazia estremecer
                          VI
Seus desejos transbordantes aumentavam em descompasso
Os do rio, no frenesi do vai e vem, iguais aos dela também
Depois vencida, abandonou-se caindo em seus braços
E o rio parou também cansado – não foi mais além.

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Pingos de Filosofia agradece ao grande Crítico Literário professor Acácio pelo fato de estar estudando nas suas aulas na universidade, as poesias de Paulo Ferreira da Rocha Filho.          


Semana de 4 a 11 de novembro de 2016


A vida e o tempo
Poeta Paulo Ferreira da Rocha Filho

                            I
Do espaço, o homem já tinha consciência
Do tempo, esse desconhecido, medí-lo era quase exigência
Era preciso conhecer do mundo o ciclo vital
De cada vegetal, animal e até eventos no espaço sideral
                            II
Há pessoas que jogam o tempo fora
Fazem-no em todo lugar e qualquer hora
Tempo, minha gente, é ouro
Tempo é precioso tesouro
                           III
Tem pessoas que do nada criam oportunidades
Mesmo independente de lugar, época e idade
O tempo passa igual para quem trabalha ou estuda
Da mesma maneira daquele que a voz da vida não escuta
                           IV
Se o hoje foi por nós ontem construído
É necessário que o levemos a sério e disso imbuído
Se quisermos, temos tempo para tudo a cada momento
Não desperdiçá-lo é sabedoria com investimento                          
                            V
Saber administrá-lo é também administrar a própria vida
Pode-se acumular riqueza ou até perdê-la se mal decidida
Dele somos prisioneiros aqui e em qualquer lugar
É difícil ignorá-lo porque somos lembrados a cada instar
                            VI
O tempo é nosso companheiro invisível e inseparável
Está em todos os espaços, poderoso e imutável
Tempo perdido, acabou, não se recupera
Ficou para trás e nada mais dele se espera
                            VII
Ele faz uma flor crescer, desabrochar e murchar
Como também a vida surgir e se ultimar
Infeliz quem do vazio olha para trás
E vê impotente que o tempo não volta jamais.