sexta-feira, 24 de abril de 2015

Semana de 24 de abril a 1° de maio de 2015

Fábulas de Esopo:
A velha e o médico         

         Uma velha senhora doente dos olhos mandou chamar um médico. Ele foi atendê-la e, sempre que lhe aplicava um unguento , roubava alguma coisa da casa, já que ela estava de olhos fechados. Depois de tratá-la e de levar seus móveis, apresentou-lhe a conta. Como a velha não quis pagá-la, ele abriu-lhe um processo. No tribunal, ela declarou que tinha se comprometido com ele a pagar desde que ele a curasse; ora, no momento, ela estava vendo bem menos que antes da cura: “Antes”, disse ela, “eu via todos os móveis de minha casa; agora não vejo mais nenhum”.

Ecologia:
Os riscos dos raios X

          As pessoas só deveriam ser submetidas aos raios X quando fosse absolutamente vital. Discuta o problema com seu médico ou dentista, quando lhe for solicitada uma radiografia. E não se submeta a esses exames com freqüência.

         
(Como defender a Ecologia Tudo o que você pode fazer para salvar o Meio Ambiente - Editora Nova Cultural).

Índice
1) Mater Originalis
- Augusto dos Anjos –
     
       2)  Dia 28 de abril – dia internacional em memória das vítimas de Acidentes do Trabalho
       - Paulo Ferreira –


       

       1) Mater Originalis
            - Augusto dos Anjos –

Forma vermicular desconhecida
Que estacionaste, mísera e mofina
Como quase impalpável gelatina,
Nos estados prodrômicos da vida;

O hierofonte que leu a minha sina
Ignorante é de que és, talvez, nascida
Dessa homogeneidade indefinida
Que o insigne Herbert Spencer nos ensina.

Nenhuma ignota união ou nenhum nexo
À contingência orgânica do sexo
A tua estacionária alma prendeu...

Ah! De ti foi que, autônoma e sem normas,
Oh! Mãe original das outras formas,
A minha forma lúgubre nasceu!


2)  Dia 28 de abril – dia internacional em memória das vítimas de Acidentes do Trabalho

Paulo Ferreira

“Ou Brasil acaba com os Acidentes do Trabalho ou os Acidentes do Trabalho acabam com o Brasil”- Emílio Garrastazu Médici – ex-presidente do Brasil.


É
 vultosa a quantia que se gasta com Acidentes e Doenças do Trabalho no Brasil – estima-se em 70 milhões de Reais. Dinheirama que podia ser investida em projetos de recuperação e e construção de estradas, ferrovias, Educação, Saúde, Habitação e outros programas sociais.
          De acordo com a organização Internacional do Trabalho 270 milhões de trabalhadores são vítimas de acidentes e doenças do trabalho anualmente.
          No nosso país, considerando os trabalhadores com carteira assinada que correspondem a 30% da população economicamente ativa, foram contabilizados 653.090 acidentes e doenças do trabalho no ano de 2007. O assunto fica mais sério ainda se o levarmos sob a óptica da lei: “O direito universal à saúde é uma conquista da cidadania brasileira, garantida na Constituição Federal, em seu artigo 196 como “Um direito de todos e um dever do Estado”.
          Os acidentes e doenças do trabalho devem ainda ser analisados sob os pontos de vista econômico, humano e social e, por isso, todo esforço deve ser dirigido para que eles não aconteçam. Além da própria vítima, os acidentes ainda atingem de forma indireta a empresa, família, at economia, o país, o mundo. Dados recentes em Foz do Iguaçu garantem que cada acidente envolvendo motos gera um prejuízo de R$ 10 mil. Aonde vamos parar?
          Justificativa da homenagem:
          Em 28 de abril de 1969, a explosão de uma mina nos Estados Unidos matou 78 trabalhadores. Sensibilizada com a tragédia, a Organização Internacional do Trabalho -O I T instituiu em 2003 o dia 28 de abril como o Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho. Em todo o mundo cerca de dois milhões de trabalhadores perdem suas vidas no trabalho. Cerca de 5 mil mortes por dia ou três vidas ceifadas a cada minuto. Números esses que extrapolam as guerras. Nosso trânsito é como se fosse cenário de uma guerra. Morrem a cada ano nas estradas cerca de 40 mil pessoas, a maioria jovens do sexo masculino.
          No trabalho, em casa e em todo lugar, todo cuidado é pouco. Previna-se.



sexta-feira, 17 de abril de 2015

Semana de 17 a 24 de abril de 2015

Fábulas de Esopo:
A gata e Afrodite

         Uma gata que se apaixonara por um fino rapaz pediu a Afrodite para transformá-la em mulher. Comovida por tal paixão a deusa transformou o animal numa bela jovem. O rapaz a viu, apaixonou-se por ele e a desposou. Para ver se a gata havia se transformado completamente em mulher, Afrodite colocou um camundongo no quarto nupcial. Esquecendo onde estava, a bela criatura foi logo saltando do leito e pôs-se a correr atrás do ratinho para comê-lo. Indignada, a deusa fê-la voltar ao que era.
       O perverso pode mudar a aparência, mas não de hábitos.

Ecologia:
Os fraldões

          Fraldas descartáveis para adultos encontram em velhos, doentes e pessoas que sofrem de incontinência um grande mercado. Elas, porém, apresentam os mesmos problemas das outras fraldas descartáveis, com um agravante: são maiores. A polpa para sua fabricação é alvejada com cloro, e o plástico usado para torná-las impermeáveis demora séculos para se decompor. Se você tem um doente em casa que utilize esse tipo de fraldão, proponha-lhe usar fraldas de algodão, questão mais saudáveis, econômicas e não provocam alergias.
(Como defender a Ecologia Tudo o que você pode fazer para salvar o Meio Ambiente - Editora Nova Cultural).

Índice
1) Solitário
- Augusto dos Anjos –
     
       2)  22 de abril – Dia do Planeta Terra
             - Paulo Ferreira –


       
       1) Solitário
            - Augusto dos Anjos –

Como um fantasma que se refugia
Na solidão da natureza morta,
Por trás dos ermos túmulos, um dia,
Eu fui refugiar-me à tua porta!

Fazia frio, e o frio que fazia
Não era esse que a carne nos conforta...
Cortava assim como em carniçaria
O aço das facas incisivas corta!

Mas tu não vieste ver minha Desgraça!
E eu saí, como quem tudo repete,
- Velho caixão a carregar destroços –

Levando apenas na tumbal carcaça
O pergaminho singular da pele
E e chocalho fatídico dos ossos!  




                                 

2)       22 de abril – Dia do |Planeta Terra

Paulo Ferreira

Quanto mais desejamos salvar este Planeta a cada minuto que passa, mais rapidamente o levamos à destruição” – autor desconhecido.

A
ntes tínhamos salvadores da pátria – falharam. Agora precisamos de Salvadores do Planeta. Para salvar o Planeta o discurso é quase unânime – todos querem um planeta melhor. Isto fica muito arrumadinho, bonitinho quando proferido num depoimento, reportagem e discursos. Mas são os poucos que assumem uma atitude ecológica. Pode-se agir na preservação da Amazônia morando em apartamento. Não precisa morar por lá – a proximidade não é necessariamente fator preponderante.
       Nos mercados e supermercado a escolha dos produtos é muito importante: não adquirir o que vai ser consumido com embalagens descartáveis, leites e sucos em embalagens longa vida, plásticos em geral. Quanto mais essas práticas são vivenciadas, mais aterros sanitários serão necessários para atender à essa demanda. Lâmpadas acesas desnecessariamente, aparelhos ligados fora de uso são outros problemas. Mais lâmpadas acesas  e aparelhos ligados sem necessidades representam maiores necessidades da construção de mais hidrelétricas. Estas, por sua vez causam um grande impacto ambiental com supressão de áreas agricultáveis, extensas áreas inundadas, alterações no regime hídrico-pluvial e até alteração no clima.
Há os que se amparam no argumento: “Eu pago e por isso não me importo”. Ledo engano: Política e ambientalmente incorreto. Paga-se para usar; não para desperdiçar. Trata-se de um comportamento mais para interpretação de Thomas Hobbes que sustentava “que a natureza humana é regida pelo egoísmo e autopreservação”. Inclusive posso exercer minha cidadania evitando que outrem dilapide o meio ambiente. O planeta pertence a todos – mas somente para quem faz bom uso dele é que pode usufruir desse direito. Os “maus proprietários” ficam de fora dessa conjuntura. “Na questão ambiental devemos pensar globalmente e agir localmente”.
Existe uma onda de otimismo no ar, mas para proteção dos mais abastados. Estão abertas inscrições para viagem a Marte para o ano de 2023pela Mars One - uma ONG holandesa. Cientificamente falando, a atmosfera do planeta vermelho* é bem diferente de nossa mãe Terra. Diferenças entre constituição atmosféricas entre os dois planetas

Marte                                          Terra
O2 :  0,2%                                 O2: 20,95%
N2: 2,7%                                   N2: 78,08%
     CO2: 95,72%                              CO2: 0,038%  
Quem consegue viver em Marte com menos de 0,5% de oxigênio se o que precisamos é de cerca de 21%?
Logo, inferimos que é falácia a questão de visitas e povoamentos de outros mundos e até planetas pela espécie humana. Deus nos projetou biologicamente para a Terra. Somente ela. Portanto, estragar nosso planeta e fugir para outro e depois fazer nele o mesmo estrago, fica fora de cogitação – nosso Planeta é único.
Cuidar da Terra é a condição da sobrevivência de todas as espécies – mãos à obra. 


*cor predominante pelo excesso de óxido de ferro na superfície.

sexta-feira, 10 de abril de 2015

Semana de 10 a 17 de abril de 2015

Fábulas de Esopo:
O Jardineiro e o cão

         Um jardineiro desceu ao fundo de um poço para tirar seu cão que caíra lá dentro. Pensando que seu dono descera para enterrá-lo ainda mais, o cão voltou-se contra ele e  mordeu-o.
          O jardineiro saiu do poço lamentando sua dor: “Bem empregado. Quem mandou-me querer tirar do aperto quem  lá se meteu voluntariamente?”

Ecologia:
Use lenços de algodão

          Os lenços chegaram à Europa no século XV, levados pelos navegadores que descobriram as rotas marítimas para o Oriente. No Século XVI, tornaram-se um item indispensável para os que estavam em dia com a moda. Originalmente destinados a serem usados na cabeça, passaram a ser carregados na mão por damas e cavalheiros. Uma das primeiras pessoas a sugerir que fossem usados para assoar o nariz  foi o pensador holandês Erasmo de Roterdam, e, até o Século XX, os lenços foram diversificando suas funções. Há lenços de cabeça, lenços para usar na lapela, lenços de bolso e os modernos lenços de papel. Estes são alvejados e produzem dioxina – um produto associado ao cloro, bastante prejudicial ao meio ambiente.
(Como defender a Ecologia Tudo o que você pode fazer para salvar o Meio Ambiente - Editora Nova Cultural).

1) Sonho de um monista
- Augusto dos Anjos –
     
       2)  Foz do Iguaçu agradece ao Dr. José Elias     Aiex Neto
       - Paulo Ferreira –
       

       1) Sonho de um monista
            - Augusto dos Anjos –

Eu e o esqueleto esquálido de Ésquilo
Viajávamos, com uma ânsia sibarita,
Por toda a pró-dinâmica infinita,
Na inconsciência de um zoófito tranqüilo.

A verdade espantosa do Protilo
Me aterrava, mas dentro da alma aflita
Via Deus – essa mônada esquisita –
Coordenando e animando tudo aquilo!

E eu bendizia, com o esqueleto ao lado,
Na guturalidade do meu brado,
Alheio ao velho cálculo dos dias,

Como um pagão no altar de Proserpina,
A energia intracósmica divina
Que é o pai e é a mãe das outras energias!




Dr. Aiex e componentes da Câmara
Vereador Edílio Dall'Agnol e Dr. Aiex
Dr. Aiex

Foz do Iguaçu agradece ao Dr. José Elias Aiex Neto

Paulo Ferreira    

“Há homens que lutam um dia e são bons. Há outros que lutam um ano e são melhores. Há os que lutam muitos anos e são muito bons. Mas há os que lutam toda a vida e esses são imprescindíveis” – Bertolt Brecht.

A
 Câmara dos Vereadores de Foz do Iguaçu no dia 9 de abril de 2015 prestou uma justa homenagem ao Médico Psiquiatra Dr. José Elias Aiex Neto – “Moção de Aplauso ao Reconhecimento de Mais de 20 Anos de Relevantes Serviços Prestados à Saúde do Município”, em Especial à Área da Psiquiatria. Eu diria até com um relativo atraso, mas o vereador Edílio Dall’Agnol corrigiu essa “falha” do destino e “falta” do município somente agora, fazendo o “dever de casa”.
          Na sessão da câmara, unanimidade com a laureação. Todos o cumprimentaram efusivamente. Na sessão de fotos, quase transformado em troféu, tão grande o número de pessoas que queriam ladeá-lo nas fotografias. Grande foi o carinho com o homenageado.
          Dr. Aiex chegou a Foz do Iguaçu no Paraná no ano de 1991. Polímato, possuidor de uma cultura enciclopédica, ótima retórica, politizado e profundamente preocupado e atônito, principalmente com as questões sociais e econômicas do país.
         No púlpito, agradeceu a homenagem e a presença de todos. Do alto de seus 63 anos (incompletos)* mas bem vividos, falou na vantagem de “ser velho”. Entre elas a “de dizer o que bem quiser”. Pode ser que ele tenha falado isso para brincar um pouco com os presentes, pois combativo do jeito que ele foi e é, intimorato férreo, sempre disse o que bem quis, mas sempre consciente de seu papel e posicionamento político. Citou o ex-presidente Jango que caiu porque defendeu a Reforma Agrária e o sistema de Reforma Sanitária. Também falou nas suas “utopias”. Uma delas a de acreditar numa cidade melhor.
         Como cidadão denunciou (com provas) pessoas e grupos políticos que faziam malversação do dinheiro público, desmantelando conchavos na área da saúde, e outras mazelas sociais. Em sua arena romana já enfrentou muitos leões - aqui falamos do Dr. Aiex espartano.
          Na sua outra identidade dicotômica é um ateniense ardoroso, defensor do SUS. Fala do nosso Sistema de Saúde com muita propriedade. Durante seu discurso, mudou o semblante de calmo para tenso, quando fez uma observação que no dia anterior, a Câmara dos Deputados aprovou Texto-Base do Projeto de Lei nº 4.330, que permite a Terceirização no Serviço Público. Indignado, falou numa possível precarização no atendimento e serviços que podem advir desse novo fato político-administrativo. A princípio, o bojo do projeto visa às carreiras consideradas meio. Trata-se de um retrocesso nas conquistas sociais. Ele que o diga. No serviço público, além de médico psiquiatra também já foi Secretário da Saúde, primeiro Secretário Antidrogas do país, sem contar outras atividades, capitaneando a extinta Academia de Cultura de Foz do Iguaçu, Centro de Direitos Humanos de Foz do Iguaçu. Sua folha de bons serviços prestados à população de Foz do Iguaçu é quilométrica.
          Autor profícuo e laboroso escreveu livros que independente do gosto, abrangem leitura obrigatória para todos:
a)   Frentona – Atos e Atas;
b)  O Paraná doente;
c)   Psiquiatria Sem Alma (sua obra caçula) bastante consultada nos meios científicos e do público em geral.

Tem mais: O infatigável Dr. Aiex recentemente foi aprovado em Concurso Público Federal para o cargo de Professor de Medicina na Universidade de Integração Latinoamericana – UNILA.
         De onde vem tanta vontade e energia que movem Dr. Aiex? Ele acredita em Utopias. Mas a utopia de hoje poderá ser uma realidade amanhã. E ele segue seu caminho, ereto, determinado e cabeça erguida, jogando sementes para fazê-las brotarem até mesmo em pedras – transformando utopias em realidades.

*Completa 63 anos em 11 de abril de 2015.

Dr. Aiex, a cidade inteira de Foz do Iguaçu, o seu dileto amigo Secretário da Saúde de Foz do Iguaçu Dr. Charlles Bortolo e o Diretor da Atenção Básica Dr. Carlos de Santi lhes desejam um feliz aniversário. Eu me junto a eles.

sexta-feira, 3 de abril de 2015

Semana de 3 a 10 de abril de 2015

Fábulas de Esopo:
O pescador que tocava flauta

          Um pescador, que era também flautista, pegou a flauta e a rede e foi pescar. De pé num promontório, pôs-se a tocar. Os peixes, pensava ele, atraídos pela beleza da música, pulariam sozinhos fora d’água. Tocou um bom tempo sem parar. Em vão. Deixando de lado a flauta, pegou a rede e a lançou na água. Pegou um monte de peixes. Tirava- os da rede e os jogava na areia. Como os peixes se retorciam, ele disse:
          - Seus malditos, quanto vocês não dançaram enquanto eu estava tocando!
         Assim agem os ardilosos.

Ecologia:
As causas da alergia
          O aumento dos casos de alergia entre a população urbana está diretamente ligado ao alto índice de poluição e ao tipo de dieta alimentar. As pessoas são alérgicas a uma série de alimentos, muitas vezes, devido às substâncias químicas que eles contêm. A reação alérgica é uma maneira de o organismo protestar e rejeitar as substâncias que o agridem. As alergias podem manifestar-se como asma, eczema, lacrimejamento, coriza, urticária e toda sorte de problemas dermatológicos. Nesses casos, uma alimentação sem a presença de aditivos, resíduos de pesticidas ou de poluição atmosférica é o melhor remédio para conter as crises alérgicas.
 (Como defender a Ecologia Tudo o que você pode fazer para salvar o Meio Ambiente - Editora Nova Cultural).

1) Budismo Moderno
- Augusto dos Anjos –
     
       2)  O futuro da humanidade
       - Paulo Ferreira –


1)   Budismo Moderno

Tome, Dr., esta tesoura, e... corte
Minha singularíssima pessoa.
Que importa a mim que  a bicharia roa
Todo o meu coração, depois da morte?

Ah! Um urubu pousou na minha sorte!
Também, das diatomáceas da lagoa
A criptógama cápsula se esbroa
Ao contato de bronca destra forte!

Dissolva-se, portanto, minha vida
Igualmente a uma célula caída
Na aberração de um óvulo infecundo;

Mas o agregado abstrato das saudades
Fique batendo nas perpétuas grades
Do último verso que eu fizer no mundo!


2)              O futuro da humanidade

Paulo Ferreira

“Tudo o que podia ser inventado já o foi” – Diretor do Departamento de patente dos Estados Unidos em 1899, solicitando que sua repartição fosse abolida porque achava que não havia mais nada a inventar.

A
frase acima foi proferida nos estertores do Século XIX quando começaram a surgir os primeiros protótipos do automóvel. O autor falara como se o tempo, a partir daquele momento, se congelasse e seu devir repousasse num canto qualquer do espaço. Até diríamos que ele economizou nos pensamentos. Consequentemente apareceu uma miríade de produtos, instrumentos e artefatos. O homem trocou a iluminação dos antigos lampiões pela lâmpada incandescente de Thomas Alva Edison e, passou a permutar a carroça e cavalo por aviões. Criou duas Grandes Guerras, duas bombas atômicas “para plantar a paz”, o rádio, a televisão, o cinema. Só ficou faltando a garantia da sobrevivência para dar manutenção à espécie humana. Nesse quadro, surge nos anos de 1960, um pacote tecnológico que os Estados Unidos aplaudiram e o mundo recebeu de braços abertos – “Revolução Verde” – o responsável por essa conquista, o Engenheiro Agrônomo norteamericano Norman Ernest Borlang – Prêmio Nobel da Paz em 1970. Seu projeto “tiraria o mundo da fome”. Em seu bojo trazia mudanças na estruturação da agricultura com sementes híbridas, agrotóxicos e adubos sintéticos. Era uma agropecuária tecnologicamente dependente e nefasta à saúde e desenvolvimento humano. Expulsou o pequeno agricultor do campo e fomentou o êxodo rural com o agravo das explosões demográficas nas principais cidades brasileiras.
          Em 1963, a Bióloga Rachel lançou o que seria o primeiro Manifesto Ecológico – Primavera Silenciosa, livro alertando sobre a exagerada agricultura química que matava passarinhos e também seres humanos. O mundo viu, depois, que esse desenvolvimento era centrado na capital e não na pessoa humana.
          Tivemos depois o advento do videocassete e com ele extinção dos cinemas de bairro, o carro flex, celular e toda parafernália que nos garante uma boa qualidade de vida. Mesmo com toda essa variedade de máquinas, somos uma sociedade triste, patética e ideologicamente dominada. Visto ainda que o termo “Qualidade de vida”, como diria o Filósofo Antonio Neto vem associado ao consumo. Aí todos vão consumindo, esgotando o planeta e vamos ter um mundo degradado – inabitável. Onde foi parar com isto nossa tão decantada qualidade de vida? O sistema político-econômico opera silencioso, de forma sub-reptícia. A dominação se dá nas sementes transgênicas (geneticamente modificadas), nos alimentos que nos adoecem para que, depois, corramos às farmácias para enriquecermos a indústria e os grandes laboratórios famintos de dividendos. As mídias também fazem parte desse embrutecimento do Homo sapiens. Sapiens?

          A solução do mundo atual não será encontrada no futuro. Temos que buscá-la no passado, no nosso reaproximamento com a natureza. Consumirmos alimentos sem agrotóxicos, água livre de poluição, respirarmos um ar puro, de trocar o lucro individualista pelo crescimento social, onde a boa qualidade de vida seja exigida em todos os parâmetros e, que a vida seja valorizada e levada á sério, condição sine qua non que nos torna humano.