quinta-feira, 24 de março de 2016

Semana de 25 de março a 1° de abril de 2016


31 de março – Dia da Saúde e Nutrição
Paulo Ferreira

“Tudo o que é bom para o nosso paladar é ruim para o corpo. Tudo o que é ruim para o paladar, é bom para o corpo” – J.R.P.T.

S
aúde é o estado de equilíbrio físico, mental e social - Definição segundo a Organização Mundial de Saúde – OMS. E uma das formas de ter saúde, também é através da boa alimentação. Mas entrando nesse tema, boa alimentação deixamos bem nos tempos de antanho, quando tínhamos alimentação natural. E era mesmo natural, pois não tinha aditivos químicos nem biocidas (agrotóxicos e outros venenos aparentados).
         Trocamos qualidade por quantidade. Entre um arroz integral e um outro “branco imaculado” – o arroz branco, a quantidade necessária para nos saciar do integral é menor que a do outro. Sem falar que o natural é rico em fibras e vitaminas. Não só o arroz, mas também outros alimentos se inserem nesse processo de maleficiamento do arroz, que outros chamam de beneficiamento do arroz. A saúde provinda da alimentação não vem diretamente do reino vegetal e sim, da terra.  Um solo bem preparado, arejado e que acolhe uma população de indivíduos de espécies variadas, é um solo rico, mesmo considerando se argiloso, arenoso, argilo-arenoso e outros. A questão é que a saúde humana e a animal já são inicialmente comprometidas com o usa da adubação química. Por exemplo, no uso da adubação sintética nitrogenada, o elemento nitrogênio, através de reações químicas se transformam em nitratos. Estes, por sua vez se transformam em nitritos que também vão se transformar em deletérias nitrosaminas que são substâncias sobejamente cancerígenas.
          Devíamos ter critério para a questão dos alimentos. O principal: Qualidade Biológica dos Alimentos – é a propriedade de os alimentos produzirem saúde e não de gerarem doenças. Por força da definição supracitada, os refrigerantes em geral e outros venenos como doces, sorvetes, essa coisarada que as pessoas se empanturram com frouxidão, cada vez mais engorda a população. Tem muita gente gorda comendo demais. As pessoas saem de casa alimentadas e, quando querem marcar encontros, passear ou coisa que o valha, vão direto às mesas de restaurantes. Mesmo já atendo comido em casa. Comemos não por necessidade. Agora já passamos a comer determinado pela cultural. O pior é que comemos os alimentos “irresistíveis” atrativos para o paladar. O corpo então é quem vai pagar pelo pecado da boca – pecado da gula.
         Devemos comer para viver e não viver para comer. Mas parece que isso se perdeu nas noites dos tempos.
          Precisamos de uma Reeducação Alimentar. Urgente!



sexta-feira, 18 de março de 2016

Semana de 18 a 25 de março de 2016


Lula ministro – quando o poder não dá bom exemplo da moralidade

Paulo Ferreira


O que destrói a humanidade: A política, sem princípios; o prazer sem compromisso; a riqueza sem trabalho; a sabedoria sem caráter; os negócios sem moral; a ciência sem humanidade; a oração sem caridade”- Mahatma Ghandi. 

N
inguém respeita mais nada nem ninguém neste país. Em todo extrato social, a desordem está escancarada. Até Dilma Rousseff, presidente do País dá mal exemplo nomeando o ex-presidente Lula como Ministro da Casa Civil. Igualdade é princípio que deve nortear toda e qualquer lei. Vejamos: um candidato ao concurso público, tem de se esforçar estudando, se isolando e até renunciando a outros momentos de sua vida. Sem sacrifício, a vitória não vem. Em caso de aprovação, à espera da convocação que nem sempre ocorre de imediato. As vezes dura mais de dois anos e nem tem o prazo prorrogado para mais dois anos como preconiza a lei. Noutras vezes nem ocorre. É uma maratona de pressão e estresse. Finalmente, a posse que culmina com apresentação de documentos que comprovem que o candidato está apto a exercer com competência ao cargo aspirado. Além da apresentação de toda lista quilométrica de documentos exigidos, deve constar também uma folha de conduta limpa. Ou seja, qualquer mancha moral impede que determinado candidato assuma o emprego.
          Esse trâmite não existe em Brasília.  A presidente Dilma nomeou nesse 16 de março de 2016 para o cargo de Ministro da Civil o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mesmo na condição de ele ter alguns processos e, em fase de investigação de outros.  No dia seguinte, a Justiça Federal de Brasília determinou na quinta-feira efeito suspensivo para essa nomeação.
          Mas para que tudo isso ocorra, há todo um sistema poderoso e cujos tentáculos abraçam o visível, e o invisível. A começar pela grande imprensa. A programação na grade das emissoras não assume de maneira nenhuma a responsabilidade de dar para a nação uma educação libertadora. Apesar do assunto ser recorrente, temos que falar na over dose de Big Brother, Futebol, novelas e outros programas aparentados que nada contribuem na edificação da população.
          Mas “o poder legalmente instituído” é o reflexo direto da população. Boa parte dela é corrupta, quando recebe troco a mais não devolve, saqueia carga em acidentes rodoviários, fura fila, não respeita as leis de trânsito. Queríamos mais o quê? Esse era o medo que tinha Platão no risco da Democracia de aparecer alguém despreparado e destituído dos valores da boa governança e da égide da Ética.
          Quem morreu foi Platão. Mas suas ideias continuam cada vez mais vivas e mais presentes em nosso cotidiano.
          

Trecho da decisão publicada no jornal Folha de São Paulo de 18 de março de 2016:
          “A estrutura deste órgão conta com substitutos eventuais que podem perfeitamente, assumir as elevadas atribuições do Cargo.
          Assim, em vista do risco de dano ao livre exercício do Poder Judiciário, da autuação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal, DEFIRO O PEDIDO DE LIMINAR PARA SUSTAR O ATO DE NOMEAÇÃO DO SR. LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA para o Cargo de Ministro de Estado Chefe da Casa Civil da Presidência da República, ou qualquer outro que lhe outorgue prerrogativa de foro.
          Intimem-se e citem-se a União e a Excelentíssima Senhora Presidente da República da República para imediato cumprimento. Caso já tenha ocorrido a posse suspendo seus efeitos até julgamento final desta ação”.

sexta-feira, 11 de março de 2016



Semana de 11 a 18 de março de 2016

Nosso mundo e o mundo
 
Paulo Ferreira

“Se você passar daquela porta/você vai ver como é que são as coisas/como é que estão as coisas/sei que o mundo pesa muitos quilos.../Aí então você vai se convencer/que se o mundo pesa/não vai ser de reza/que você vai viver/descanse um pouco e amanheça aqui comigo/sou seu amigo/Você vai ver” – Grilos - (Roberto e Erasmo Carlos).

D
entro dos limites de nossas casas, na maioria das vezes há tolerância e equilíbrio nas relações. Saindo dela e entrando no mundo, é se preparar para um cenário de guerra.
         Índios entram em guerra, mas em condições extremas, quando existe ameaça à sobrevivência. Se pintam para valorizar a vitória. O embate se dá com grupos tribais diferentes. Em nossa guerra, não brigamos contra grupos diferentes, brigamos e agredimos nossos iguais. As pessoas estão cada vez mais agressivas, até parece que os níveis de testosterona aumentaram ao longo do tempo, ou então falhamos na Educação. As agressões se dão até por mínimos motivos, ou mesmo na ausência deles. Há um constante estremecimento, uma fissura nas relações e, o respeito volatilizou-se do dicionário das boas maneiras.  Se falta respeito, pedido de desculpas, esse, pouca gente sabe o que é.
          Novos paradigmas surgem. Em sala de aula, professor não é mais respeitado como antes – aboliram a Escola Tradicional com o argumento de que tinha conteúdo intelectualista e enciclopédico trabalhando separadamente a experiência do aluno em sala de aula com a realidades sociais. Mas criticada ou não, essa prática pedagógica funcionava, dava certo. No lugar de responsabilidade e respeito, jogaram poesia e permissividade na Educação. O resultado é o que vemos tanta violência nas escolas que até professor apanha. 
         Saímos de casa e não sabemos se voltamos. Nossa sobrevivência recebe um tratamento estatístico – se estamos vivos, tudo bem. Mas alguém morreu. Amanhã pode ser um de nós.
         As mídias por sua vez nem se preocupam com o problema. Aumentam-no. Tem lutas de MMA valendo tudo e, gente que paga para ver. Até as mulheres também estão nesse tipo de comunicação, se é que podemos assim nos referir, visto que violência está se tornando uma espécie de linguagem. Já temos muitas pessoas “falando” fluentemente o “violencialês”.
          Se índios brigam quando sua sobrevivência está ameaçada, nós que não temos nossa sobrevivência ameaçada brigamos por quê? O que está errado?  

sábado, 5 de março de 2016

Semana de 4 a 11 de março de 2016

D. Maninha(*), minha vizinha
Paulo Ferreira da Rocha Filho
                I
Na calçada lá de casa
Ela passa todo dia
Com ar de vida cansada
Vivendo sua melancolia
                II
Sempre usando velhas roupas
Surrada da vida amarga
D. Maninha, se esforça feito louca
O que era tudo, hoje é nada
                III
De casa para o mercadinho
Do mercadinho para casa
Trilhando o mesmo caminho
Dos outros e de si isolada
               IV
Seus passos leves vagarosos e cadenciados
No lúgubre descompasso de seu coração
A vida transformou-a num ser coisificado
Poucos direitos e muita obrigação
                V
Seu marido nas horas vadias
Dá expediente numa mesa de bar
Solitária, sem companhia
Vive sob os escombros do que foi Lar Doce Lar
               VI
Ela tem um olhar triste, profundo e aflito
E tanto amor para dar que dentro de si já não cabe
Conformada, nenhum conflito
Há muito já morreu e não sabe.

(*) O nome é fictício, mas a inspiração e narrativa são verdadeiras.


Homenagem de Pingos de Filosofia ao
8 de março – Dia Internacional das Mulheres

e, com o pesar que  infelizmente ainda existem nos quatro cantos do mundo muitas D. Maninhas.