sábado, 25 de novembro de 2017

Semana de 24 de novembro a 1° de dezembro de 2017

Fenômenos fenomenais

Poeta
Paulo Ferreira da Rocha Filho
(Três vezes aprovado em Concurso Nacional Novos Poetas do Brasil). 

                                 I
Merece um 10 quem pintou o azul do ceu
Confesso: para Ele tiro meu chapeu
E colou nuvens como se fossem chumaços de algodão
Para da Terra enchermos nossa visão
                                 II
Usou quilômetros de fios para interligar Sol, Lua e Estrelas
Para convencer incrédulos, dar-lhes umas trelas
De onde irradia tanta energia que nos alumia
Senão do Sol – Astro Rei que nos manda todo dia
                                 III
De que boca sopra o vento que a tudo areja?
E movimenta de folhas a navios onde quer que estejam
? Serão chuvas lágrimas de um ceu choroso
Que depois traz fartura para um tempo amistoso?
                                IV
E o tempo que não teve tempo de ter tempo
Medido pelo homem, pode parecer lento, apressado
Entre um tempo e outro pode acontecer um contratempo
Deixando o humano perdido, sem norte, desolado
                                V
E tem os oceanos – muita água, muita proteína
Alimentando adultos, meninos e meninas
E ainda serve de estradas para navios
Somando a beleza que tanto aprecio
                             VI
Ceu, nuvens, estrelas vento, tempo, chuvas, Sol, Oceanos e Lua,
Se combinam na Terra – em equilíbrio atuam
Por isso não devemos nos preocupar se o Sol é fixo ou se a Lua caia
A Terra vive em harmonia – traduz o pensamento em Gaia
                           VII
Está tudo bem distribuído, bem arrumado
Assinado e Carimbado pelo nosso Criador amado
Citamos elementos diferentes e que ninguém distorça
Mas todos formam o uno com suas belezas e forças.

terça-feira, 21 de novembro de 2017

Semana de 17 a 24 de novembro de 2017

A William Waack

Poeta
Paulo Ferreira da Rocha Filho
(Três vezes aprovado em Concurso Nacional Novos Poetas do Brasil). 

                        I
Voltamos aos tempos medievais
Esse politicamente correto está demais
Estão transformando pulga em elefante
De um comentário jocoso pegaram um bom falante
                       II
Parodiando o pensador Foucault*
Até estarrecido estou:
A hipocrisia está em todo lugar
E vem de todo lugar
                     III
Quase tudo agora dá um processo
Estamos “evoluindo” para o retrocesso
Insulto é a programação alienada
Que não edifica a população em nada 
                     IV
Quando entope a televisão de futebol e novela
É muita alienação. Não é isso que se espera
De uma televisão que deveria levar Educação
No Brasil não é distração, é imbecilização
                        V
Pegaram um vídeo ainda do ano passado
O jornalista em trabalho e um motorista destrambelhado
Passa perto bem alto buzinando
O profissional se irrita e, brincando
                        VI
Diz que esse barulho “é coisa de preto”
Só isso – perdeu-se nesse verseto
A nova moralidade brasileira
Caiu-lhe pesada como uma betoneira
                      VII
Nem todos engoliram essa punição
A censura que vinha de fora, hoje brota da comunicação
Pegaram impiedosamente William Waack
Mas Waack tem sua claque
                      VIII
Esse tribunal de exceção
Pode levar Waack a depressão
Seu afastamento do Jornal da Globo foi desproporcional
Porque deram à garoa um tratamento torrencial.

*“O poder está em todo lugar
  e vem de todo lugar”.
 (Michel Foucault – 1926-1984).

segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Semana de 10 a 17 de novembro de 2017

Cadeira vazia

Poeta
Paulo Ferreira da Rocha Filho
(Três vezes aprovado em Concurso Nacional Novos Poetas do Brasil). 
               I
Ah! Fiz tanta aposta
A mesa posta
A louça inglesa
Esperando na mesa
              II
Eu, levitando de contente
No fogão, a comida ainda quente
O trabalho a atrasou
O jantar algo o abortou
              III
O telefone tocou – era Maria*
Dizia que vir não poderia
O jantar para dois
Ficou para depois.


*Nome fictício.

sábado, 4 de novembro de 2017


Semana de 3 a 10 de novembro de 2017

D. Maninha

Poeta
Paulo Ferreira da Rocha Filho
(Três vezes aprovado em Concurso Nacional Novos Poetas do Brasil). 

                  I
Na calçada lá de casa
Ela passa todo dia
Com ar de vida cansada
Vivendo sua melancolia
                 II
Sempre usando velhas roupas
Surradas da vida amarga
D. Maninha(*) se esforça feito louca
O que era tudo, hoje é nada
                 III
De casa para o mercadinho
Do mercadinho para casa
Trilhando o mesmo caminho
Dos outros e de si isolada
                      IV
Seus passos leves, vagarosos, cadenciados
No lúgubre descompasso de seu coração
A vida transformou-a num ser coisificado
Poucos direitos; muita obrigação
                     V
Seu marido nas horas vadias
Dá expediente numa mesa de bar
Solitária, sem companhia
Vive sob os escombros do que foi Lar Doce Lar
                      VI
Ela tem um olhar triste, profundo e aflito
E tanto amor para dar que dentro de si não cabe
Em sua cabeça nenhum conflito
Há muito já morreu e não sabe.
                       
* Somente o nome é fictício
                    -x-