Semana de 26 junho a 3 de julho de 2015
Fábulas de Esopo:
Hermes e o escultor
Hermes quis saber qual o grau
de estima que os homens lhe devotavam. Tomou a aparência de um mortal e foi ao
ateliê de um escultor. Ao ver uma estátua de Zeus, perguntou:
- Quanto custa?
- Um dracma – respondeu-lhe o homem.
Hermes sorriu:
- E aquela de Hera?
- É mais cara.
Hermes viu então sua própria estátua.
Achava que, sendo ao mesmo tempo mensageiro e deus do comércio, seu preço seria
bem mais alto.
- E Hermes, quanto custa? – quis
saber.
- Oh, se comprares as outras duas, a
levas de brinde.
- Quem se acha o tal termina valendo
menos que o esperado.
Ecologia:
A
homeopatia
A homeopatia é um sistema terapêutico
baseado na administração de medicamentos à base de ervas, sais minerais e
outras substâncias que provocam sintomas semelhantes aos da doença que curam.
Em doses muito pequenas, esses remédios provocariam a reação do organismo e
este criaria defesas contra a doença. Ao contrário da medicina alopata, que
procura combater diretamente os agentes causadores da doença, a homeopatia
pretende cuidar do doente. Mais já existem hoje profissionais que adotam
orientação mista – valendo-se da alopatia nos casos graves e de diagnóstico
evidente.
(Como
defender a Ecologia – Tudo o que
você pode fazer para salvar o Meio Ambiente - Editora Nova Cultural).
Índice
1) O caixão
fantástico
-
Augusto dos Anjos –
2) Pingos
de Filosofia na sua Bodas de Papel
- Paulo Ferreira –
1) O caixão fantástico
- Augusto dos Anjos –
Célere
ia o caixão, e, nele, inclusas,
Cinzas,
caixas cranianas, cartilagens
Oriundas,
como os sonhos dos selvagens,
De
aberratórias abstrações abstrusas!
Nesse
caixão iam talvez as Musas,
Talvez
meu Pai. Hoffmânnicas visagens
Enchiam
meu encéfalo de imagens
As
mais contraditórias e confusas!
A
energia monística do Mundo,
À
meia-noite penetrava fundo
No
meu fenomenal cérebro cheio...
Era
tarde! Fazia muito frio.
Na
rua apenas o caixão sombrio
Ia
continuando o seu passeio!
Foto: Paulo Ferreira |
2)
Pingos de Filosofia na sua Bodas de Papel
Paulo
Ferreira
“O meu objetivo é colocar no papel
aquilo que vejo e aquilo que sinto da mais simples e melhor maneira” – Ernest Hemingway.
P
|
ingos
de Filosofia faz seu primeiro aniversário
neste 27 de junho – Sopramos a primeira vela, aliás, a caneta
simbolizando o número 1. É que colocamos uma esferográfica no lugar que seria
de uma vela do bolo. Para Pingos de Filosofia a caneta é mais representativa
que uma vela. Mas nada parecido com o gesto inconformado, anárquico e
provocativo do francês Marcel Duchamp quando no movimento Dadaísmo expôs um
mictório e assinou embaixo. A história
de velinhas nos bolos remonta à antiga Grécia. Artêmis – deusa da caça era
reverenciada no sexto dia de cada mês. E segundo a mitologia, essa divindade
era representada pela Lua. O bolo redondo constelado de velas acesas simbolizava
a lua cheia. No século XIII os alemães
criaram a kinderfeste – também com velas - festa infantil. Iniciava-se
ao raiar do dia quando as velas eram estrategicamente acesas e a criança
acordava com a chegada do bolo. Havia sempre uma vela excedente à idade do
festejado, que significava a luz da vida. O aniversariante tinha de apagar
todas as velinhas de uma só vez fazendo um pedido que se realizaria se fosse
mantida uma condição: segredo.
Pingos de Filosofia tem também sua
história, ou melhor, sua “pré-história” – fase que antecede seu nascimento. Paulo
Ferreira, escriba mais presente, anteriormente escrevia para um Blog de um
amigo. É quando chega a época da política e Ferreira faz um artigo laudatório
protagonizando o médico Jonathan Pliacekos que lhe salvara a vida: Estando numa
Unidade Básica de Saúde – UBS (antigo Posto de Saúde), Ferreira teve uma parada
cardiorrespiratória. Não medindo esforços, o médico de passagem naquele
momento, fez todo o procedimento para reanimar a vítima desfalecida no chão:
massagens cardíacas, e encaminhamento para internação. Artigo pronto, artigo
remetido. O titular do Blog me falou que o médico não estava de acordo com o
candidato dele. Nada mais natural – não é obrigado a todos pensarem iguais. Mas
a prática foi diferente – fui sumariamente barrado. Passei um período sem
escrever. Tempos depois, José Aparecido Fontoura um de meus leitores cativos
fez a observação de minha ausência nas semanas posteriores. Expliquei-lhe o
motivo. Ele me sugeriu: “Paulo, por que você não cria um Blog para você?” Eu
até que havia pensado nisto antes, mas a
ideia adormeceu. Quando Fontoura me falou no assunto, deu um solavanco e
a idéia acordou. Procurei um outro colega Altamirano que seguindo minha
concepção montou Pingos de Filosofia. O Blog surgiu de uma crise – no caso, uma
censura ideológica. Mas crise, como diria John F. Kennedy, é uma palavra de
origem chinesa composta por dois caracteres – um representa o perigo; o outro,
oportunidade. Apostamos no segundo e, por isso estamos vivos.
Voltando tradição teuta que feito o
pedido pelo aniversariante o sonho somente se realizaria se fosse mantido em
segredo, quebramos o protocolo onírico revelando o que seria nosso sigilo:
“desejamos vida longa e cheia de felicidades a todos os nossos leitores e, por
extensão, a todo o mundo”.