Poeta
Paulo Ferreira da Rocha Filho
- cinco vezes classificado em Concurso Nacional Novos Poetas do Brasil;
- 1° Lugar em Concurso Literário Amaletras.
- 1° Lugar em Concurso Literário Amaletras.
Meninos ontem, meninos hoje e as mangueiras
(Paulo Ferreira da Rocha Filho)
I
Lembro-me
agora e muito bem de antanho
Época
que travessuras não tinham tamanho
Adolescentes
imberbes, ah! Aquelas mangas
Ficar
preso a casa era um verdadeiro cuanga
II
Mangueiras
frondosas, encorpadas de frutos
Para
nós meninos, uma tentação – usufruto
Subíamos
galho a galho sem uso de escada
Podia
haver um acidente, manobra arriscada
III
Hoje,
é tanta, tanta manga estragando-se no chão
Dá
pena: para um mundo faminto – contradição
Parece
que o paladar está perdendo sensibilidade
Só
responde a alimentos “vazios” - complexidade
IV
Assim,
as mangueiras repetem seus ciclos
Meninos
ausentes, desligados, aflitos
Ensimesmados,
trancados nos quartos
Celular,
este é o mundo – seus retratos
V
É
uma situação que persiste bem comumente
Mangueiras se ofertando, eles indiferentes
Uma
rejeição à sadia alimentação natural
Que
nenhuma outra a substitui por igual
VI
Geração
de futuros adultos fracos, sem saúde
Pais
indecisos, vencidos aos fatos – amiúde
E
assim, o ciclo das mangueiras “manguando”
E
meninos tristes, perdidos, – minguando.
Nenhum comentário:
Postar um comentário