Semana de 20 a 27 de novembro de 2015
O
papel ajudando a construir a linguagem
Paulo Ferreira da Rocha
Filho
O papel foi inventado
pelos chineses lá pelo Século VI a.C. A
linguagem, por sua vez, surgiu primeiro mas sua origem se perde nas noites dos
tempos.
É difícil negar, mas o papel teve uma
significativa função de todo o aperfeiçoamento de todo tipo de linguagem. Não
era nada fácil escrever em pedaços de ossos, superfícies rupestres e até em
materiais inimagináveis. Com seu uso facilitado por sua capacidade de
portabilidade, dobrabilidade e durabilidade, bastavam essas três propriedades
para justificar a universalização de seu uso.
Quando usamos os recursos do word na
computação, sempre que queremos arquivar um documento o “salvamos ”. E foi com
esse gesto de escrever ao longo do tempo usando papel que até sem percebermos,
que a humanidade foi “salvando” nos pergaminhos, papiros (parentes do papel) e
no papel propriamente dito, a linguagem ainda em todo seu processo de construção,
formando o arcabouço cultural do mundo.
E dessa forma, geração a geração, o
papel nos acompanha do berço ao túmulo. Para o bem ou para o mal, é nosso companheiro
íntimo.
Ganhou até uma poesia:
Folha
de papel
Paulo Ferreira da Rocha Filho
I
Numa folha de papel se
registra um nascimento
Uma mágoa, um
fingimento
Numa folha de papel se
manifesta uma negação
Uma dúvida, uma
aprovação.
II
Numa folha de papel se
educa,
Escrevem-se coisas
boas, normais, outras malucas
Numa folha de papel se
declara amor,
Uma paixão, uma
desilusão, uma dor.
III
Numa folha de papel se
celebra um casamento
Uma separação, um
afastamento
Numa folha de papel se
encontra a sorte
O desgosto, a
frustação, a morte
IV
Numa folha de papel
pode estar a Bíblia de Deus ou de Satanás o Anais
O tudo
Ou nada mais.
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